São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995 |
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``A operação é péssima"
FERNANDO CANZIAN
Nos últimos meses, os armadores argentinos aumentaram em 55% os fretes para operar Santos. Mesmo assim, recentemente a La Sereníssima perdeu uma carga valiosa porque a data de validade dos produtos venceu antes de serem desembarcados. A empresa exporta para o Brasil toda semana 30 contêineres de 40 pés (12 metros) com laticínios. ``É uma luta", diz Ludueña. José Luiz Freitas Vale, membro do Conselho de Administração Portuária em Santos e da Fiesp, diz serem ``injustas" as críticas. Segundo ele, Santos foi projetado para exportar mais do que importar e tem movimentando muito mais carga do que é capaz. Mas a verdade é que êxodo de empresas começou, como no caso da Sadia, há quase dois anos. ``Santos é uma desgraça, um curral eleitoral que sempre foi administrado por políticos", diz o diretor da Fiesp Celso Hahne, presidente do Sindiplast, que reúne fabricantes de plásticos. O setor, que exporta US$ 160 milhões/ano, migrou para o Paraná. Quem não pôde trocar, sente-se preso a uma ``armadilha", como define Haroldo Bonfá, da Cacique. A empresa manda para fora do país 97% da produção de café solúvel a um ritmo de 400 contêineres por mês e não pode sair de Santos. Os mesmos caminhões que trazem o café a granel de Londrina (PR) para Santos, sobem e descem novamente a serra para pegar as embalagens em São Paulo. ``Transferir toda a operação para outro porto é inviável", afirma Bonfá. ``Santos tem uma péssima operação", diz Ricardo Pelúcio, presidente da Contibrasil, trading de grãos que deixou Santos há quatro anos. ``O porto não é confiável. Cria uma série de problemas para vender facilidades", diz. (FCz) Texto Anterior: Modernização requer US$ 1 bi Próximo Texto: Estagnação Índice |
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