São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995 |
Próximo Texto |
Índice
Entrar no mercado de turismo exige cautela
SIMONE GALIB
O mercado é glamouroso e fatura mundialmente US$ 3,4 trilhões, ou 10% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial. No Brasil, ao longo do segundo semestre do ano passado, o Plano Real incrementou as vendas das agências de viagens em 35%. Os números são animadores, mas hoje é preciso cautela para entrar nesse mercado supercompetitivo, dizem os empresários do setor. Montar uma agência é simples. Um contrato social, um local para instalação e o registro na Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) garantem o funcionamento do negócio (veja quadro ao lado). ``O maior risco, porém, é abrir a empresa sem as condições mínimas para sobrevivência. A agência fica capenga, como se fosse uma padaria sem forno", afirma Tasso Gadzanis, presidente da FIT (Fundação da Indústria do Turismo) e da Oremar, uma agência com 35 anos de mercado. Uma estatística do próprio setor mostra que de dez agências abertas, oito fecham em até dois anos. ``É preciso estudar, analisar. O negócio pode ser pequeno, porém bem-feito", diz Hilário Ângelo Pelizzer, 47, consultor em turismo e sócio-fundador da Via Sestur, que presta consultoria e treinamento ao setor. Não basta um bom respaldo financeiro. O agente deve aprender a atuar em setores diversos (o mercado de turismo tem pelo menos sete especificações), como venda de passagens, reservas etc. Para conseguir vender passagens com estoque próprio, o empresário precisa obter registros junto às companhias aéreas nacionais e internacionais. Embora esses registros não sejam obrigatórios, sem eles o campo de atuação fica limitado. Se não tiver seu estoque de bilhetes, terá de comprá-los de terceiros (os ``repassadores"), que exigem comissão. ``Isso pode comprometer em até 50% o faturamento da agência", diz Eduardo Terovydes Júnior, 28, diretor-comercial da Tiger's Tour. Para ganhar dinheiro é preciso vender muito. Isso porque o agente de viagens vive de comissões. As empresas aéreas oferecem 9% sobre a venda de cada passagem. Um bilhete para Nova York, que custa US$ 1.498, sairá para a agência por US$ 1.363. Na venda de pacotes (roteiros com avião, hotel e transporte), a comissão é de 10%. O agente de viagens pode repassar esses descontos (ou parte deles) ao passageiro. Por isso é que uma passagem vendida pela agência custa menos do que no balcão da companhia aérea. LEIA MAIS Sobre agências de turismo à pág. 8-2. Próximo Texto: O PASSO A PASSO PARA ENTRAR NO MERCADO Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |