São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995 |
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Recursos do IPI vão compensar Estados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Para compensar a perda de receita dos Estados com a reforma tributária, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o governo vai destinar 10% da arrecadação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), um imposto federal, para os governadores.A declaração foi feita durante entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto. Além da transferência de recursos do IPI, FHC disse que a União vai passar também para os Estados o Imposto Territorial Rural (ITR). Essa será a composição do Fundo de Compensação aos Estados, que conterá outros mecanismos não divulgados pelo presidente. O fundo será criado porque o projeto de reforma tributária do governo prevê a isenção da cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço) sobre várias operações. Entre elas, a exportação de matérias-primas e produtos semi-elaborados e a redução do imposto sobre insumos agrícolas, máquinas e itens da cesta básica. Segundo FHC, a transferência de 10% do IPI para os Estados deve render aos governadores cerca de R$ 1,4 bilhão. Já a passagem do ITR para os Estados deverá render mais R$ 1 bilhão. Além das mudanças no ICMS, o projeto do governo prevê mudanças no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a transformação do IPI num ICMS federal. A cobrança desse tributo pelos Estados será mantida. FHC disse que está disposto a discutir mudanças nas propostas. "O Congresso pode ter audácia e desde que não seja falta de juízo, o presidente apóia. Fernando Henrique reagiu às críticas de que, após meses de debate interno, o governo produziu uma proposta tímida de reforma nos impostos. ``De tímida, não tem nada. Ela é sensata", afirmou. O governo espera que o fim da concessão de incentivos fiscais com o ICMS ajude a recuperar eventuais perdas dos Estados. Os governadores não poderão fixar livremente as alíquotas do imposto -a tarefa caberá ao Senado. O presidente vai se reunir na quinta-feira com governadores e disse que espera obter o apoio deles à proposta. FHC disse que o governo insiste em levar adiante a reforma da Previdência Social e aceita até negociar o fim da aposentadoria por tempo de serviço. A proposta do governo para a reforma do sistema de aposentadorias foi enviado ao Congresso em março e, desde então, está parada. ``Não está lá para ficar morta nas prateleiras", reagiu o presidente. FHC também defendeu a reforma administrativa para combater o que chamou de ``injustiça social" e limitar os gastos do governo com o funcionalismo. O Palácio do Planalto limitou a 15 o número de perguntas na entrevista coletiva do presidente, a terceira desde que assumiu o governo. Com a limitação, alguns jornais -entre eles a Folha- não fizeram perguntas. Texto Anterior: Para tucano, imprensa fez de ACM um Tyson Próximo Texto: Pessoa física deve pagar menos imposto Índice |
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