São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995 |
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Razões humanitárias não permitem violação à Lei da Anistia, diz Jobim
DAS SUCURSAIS DE BRASÍLIA E DO RIO O ministro da Justiça, Nelson Jobim, disse ontem que ``não há hipótese de se desrespeitar a Lei da Anistia por razões humanitárias", ao descartar a apuração das mortes no projeto sobre desaparecidos políticos no regime militar (1964-85).Ele afirmou que o projeto de lei a ser enviado ao Congresso na próxima semana preverá apenas atestados de óbitos, localização dos restos mortais e indenizações aos familiares dos desaparecidos. Jobim se encontrou ontem com os ministros do Exército, Zenildo de Lucena, e da Marinha, Mauro César Pereira. Hoje, deve visitar o ministro da Aeronáutica, Mauro Gandra. ``Os corpos foram esquartejados e nunca serão encontrados se não forem apurados os responsáveis por esses crimes", disse a presidente do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo, Helena Pereira dos Santos. Comissão O deputado federal Nilmário Miranda (PT-MG) afirmou ontem que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara votará amanhã se solicitará o depoimento formal de Mauro César Pereira. O ministro da Marinha disse, na última quinta-feira, que há ``muito desaparecido que está muito bem vivo por aí". A declaração foi criticada por familiares de desaparecidos. ``Ou ele é mentiroso ou estão mantendo campos de concentração em algum lugar do país", disse Ana Lúcia Santa Cruz, mulher de Fernando Santa Cruz, desaparecido em 74. Texto Anterior: Laudos revelam como foram três mortes Índice |
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