São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Bancários do Econômico anunciam greve

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Funcionários temem que reabertura de agências, prevista para hoje, marque começo da liquidação do banco
Os funcionários do Econômico decidiram ontem realizar greve a partir de hoje e impedir a abertura das agências do banco programada para hoje pelo BC. A decisão foi tomada ontem em assembléias em vários Estados.
Assim, o correntista fica sem saber se terá ou não como sacar o dinheiro de sua conta. O interventor do banco, Francisco Barbosa, divulgou as regras para a reabertura ontem antes da decretação da greve (veja quadro ao lado).
O Econômico está sob intervenção do Banco Central e com as agências fechadas desde o dia 11. Os correntistas tiveram suas contas bloqueadas desde então.
Os bancários temem o não-pagamento de seus salários. O interventor do BC assegurou que todos receberão ``normalmente".
``Tememos que a junta interventora resolva fechar o Econômico após pagar os correntistas. Seriam mais de 10 mil bancários na rua", afirmou Carlos Uliana, diretor da Confederação Nacional dos Bancários, ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Após encontro ontem com assessores da junta interventora do Banco Central, a CNB orientou assembléias em todo o país a votar pela greve. ``Queremos que os funcionários continuem em casa."
Até as 20h30 de ontem, os bancários de São Paulo, com 63 agências (incluindo interior), Salvador (72 agências), Porto Alegre (18 agências) e Espírito Santo (4 agências) já haviam votado pela paralisação.
Assembléias em Minas (18 agências), Rio (22 agências) e Pernambuco (31 agências) também deveriam votar pela greve, segundo afirmou Uliana.
``Não fomos recebidos pelos interventores. Colocaram um assessor para conversar conosco", disse Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
A assembléia em Salvador contou com 350 pessoas e a em São Paulo, com 120. Houve protesto no Rio.

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