São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Cartas paradas já são 5,2 milhões

DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos carteiros de São Paulo já causou prejuízo de cerca de R$ 12 milhões e impossibilitou a entrega de 5,2 milhões de cartas, telegramas, impressos e encomendas, segundo a ECT.
O movimento amanhã completa uma semana de paralisação em dias úteis e atinge principalmente a capital, a Grande São Paulo, Sorocaba e Campinas.
O presidente do Sindicato das Empresas dos Correios de São Paulo, Washington Luís Gomes da Silva, condicionou ontem o não-enfraquecimento da paralisação à adesão dos funcionários de outros Estados à greve.
``O movimento grevista só permanecerá forte em São Paulo se houver a adesão dos carteiros de outras regiões do país", disse.
Segundo o sindicalista, 90% dos carteiros das três regiões de São Paulo estão parados. A Empresa dos Correios de São Paulo diz que a greve atinge 45% dos carteiros e 15% dos funcionários operacionais e administrativos.
No ABC, segundo Mario Cesar Barbosa, 29, diretor do Sintect (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares de São Paulo), a greve continua e a adesão atinge 95% da categoria.
Para a empresa, o número de grevistas é correspondente a 60% dos 560 carteiros da região.
Os carteiros reivindicam reajuste salarial de 7,98% sobre os salários de janeiro, a implantação de um plano de cargos e salários e a readmissão de 1.500 funcionários que dizem ter sido demitidos em função de ``perseguições políticas". Exigem também a admissão de 4.000 novos funcionários. A paralisação dos carteiros é uma represália à decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que remeteu os principais itens de reivindicações da categoria para a análise do Conselho de Controle das Estatais (CCE), órgão do governo federal.
Os carteiros dizem ter achado que a análise do TST seria favorável à categoria e por isso suspenderam a greve de julho.
Os carteiros paulistas decidiram ontem, em assembléia, manter o movimento. Às 12h30 cerca de 1.500 carteiros, segundo o sindicato, e 500, segundo a PM, saíram em passeata da praça da Sé até o Correio Central, na avenida São João (centro). Os grevistas realizam nova assembléia hoje, às 16h.

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