São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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Pai foi esfaqueado 23 vezes

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Andréia Amaral e seu namorado, D.L.C. -na época, menor-, planejaram e executaram os crimes, segundo a polícia.
Ela comprou e colocou sonífero na cerveja do pai, o comerciante Antônio Silva Amaral, e na sopa da mãe, Deolinda Gomes Pereira Amaral, em 29 de março de 94.
Antes, Andréia havia permitido que D.L.C. entrasse no tríplex onde a família morava. Ele ficou cinco horas sob a cama de Andréia.
Assim que todos dormiram, D.L.C. matou o pai com 23 facadas, desceu as escadas do apartamento e matou também a mãe, que dormia no sofá da sala.
No dia seguinte, D.L.C. colocou os corpos num saco, levou-os no carro da família de Andréia e enterrou-os com a ajuda de um amigo -até hoje não-identificado- em um terreno na periferia de Santos (litoral sul de São Paulo).
Três dias depois, Andréia foi à polícia e disse que o pai tinha assassinado a mãe e fugido.
Uma denúncia anônima levou os policiais a investigarem o menor. Os dois acabaram confessando o crime em abril. A frieza do depoimento da estudante, que cursava direito, impressionou a polícia. Ela teria chegado a sorrir.
Segundo Andréia, o pai a estuprou quando ela tinha 15 anos, e esse seria um dos motivos do assassinato. No depoimento, Andréia contou ainda que o pai batia muito nela e na mãe -que, por isso, teria abortado quatro vezes.
A gota d'água, segundo seu depoimento na época dos crimes, foi quando o pai, ao saber que Andréia estava grávida, espancou-a até provocar um aborto.
O comerciante possuía 60 imóveis em Santos e região e um patrimônio calculado na época em US$ 2 milhões.
Andréia era a filha mais velha de seu segundo casamento -o caçula tem hoje 3 anos. O comerciante tinha dois filhos do primeiro casamento e outro filho, menor, reconhecido na Justiça.
A herança foi repartida há 20 dias pela família. Os inventariantes e quatro dos filhos -inclusive Andréia- ficaram com 15% do patrimônio e o caçula, com 25%.

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