São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995 |
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General quer indenização para famílias de militares
FÁBIO GUIBU
Leite Filho entende que, se o governo conceder indenização às famílias dos desaparecidos políticos, deve também indenizar os parentes dos militares mortos nos conflitos ocorridos durante o regime militar (64 a 85). José Carlos Leite Filho é um dos 16 generais de quatro estrelas do país, que integram o Alto Comando do Exército. Na hierarquia dessa força armada, ele possui a mesma patente do ministro, Zenildo de Lucena, e do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Benedito Leonel. A declaração do comandante foi feita menos de uma semana após a substituição do general Murilo Neves Tavares da Silva do comando da 7ª Região Militar do Nordeste, sediada em Recife. Tavares Silva pediu para ser transferido para a reserva por discordar do projeto do governo, que prevê o reconhecimento legal da morte de desaparecidos políticos e a indenização de seus parentes. A decisão do ex-comandante da 7ª Região Militar do Nordeste, substituído na última segunda-feira, foi a primeira manifestação de insatisfação nos quartéis contra a proposta do Palácio do Planalto. O chefe da seção de Comunicação Social do CMN (Comando Militar do Nordeste), coronel Luiz Dionísio Aramis de Mattos Vieira, disse que Leite Filho não acredita que o caso Tavares Silva tenha repercussão nas Forças Armadas. A defesa da igualdade de tratamento aos parentes das vítimas, feita pelo comandante do Nordeste, foi confirmada por Vieira. Procurado por telefone em sua casa, o general Tavares Silva disse à Agência Folha que não concederia entrevista. Leite Filho também se recusou a falar ontem, durante solenidade no 4º Batalhão de Comunicação, em Recife. Sem apuração O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Nilmário Miranda (PT-MG), não está disposto a apurar nomes de envolvidos em desaparecimento e morte de presos políticos. A posição do deputado foi anunciada ontem em resposta a carta do cabo da reserva da Aeronáutica Paulo de Oliveira Pereira, punido em 1964, que pediu a apuração dos nomes dos militares. Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: Médicos desentopem uretra de feto dentro da barriga da mãe Próximo Texto: Agências reabrem pela 1ª vez desde o dia 11 Índice |
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