São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Saldo cambial cresce, mesmo com maior IOF

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado financeiro operou nervoso, ontem, de olho nas notícias da Argentina e repercutindo declarações do ministro Malan sobre juros.
O desgaste do ministro Cavallo da Argentina -por causa do aumento nas taxas de inflação e de desemprego- provocou baixa de até 8,81% no índice Merval da Bolsa de Buenos Aires. No período da tarde, o presidente Menem declarou que Cavallo permanecerá no cargo e as Bolsas começaram a reagir.
O presidente da Associação Nacional de Ouro e Câmbio, Nathan Blanche, afirma que o mercado demonstrou ontem que estava mais preocupado com o efeito baiano ``vatapá" (da crise do Banco Econômico) do que com o efeito ``tango" (da crise argentina). O índice da Bolsa paulista fechou ontem com baixa de apenas 0,58%, contra queda de 4,81% do mercado acionário argentino (Merval).
Os negócios entre instituições financeiras continuam travados, por causa da repercussão -o chamado efeito ``vatapá"- da intervenção do Banco Central no Banco Econômico.
No mercado de renda fixa, o Banco Central manteve os juros estáveis. As taxas recuaram no início dos negócios, repercutindo declaração de Malan para empresários em reunião na Confederação Nacional da Indústria de que as taxas declinariam para 3,33%, contra os 3,83% atuais. Malan negou ontem que tivesse feito qualquer declaração a respeito e no final do expediente os juros estavam estáveis em relação ao dia anterior.
No mercado cambial, as cotações do dólar tiveram ligeira alta. O saldo diário total entre entradas e saídas de dólares no país era de US$ 23 milhões no dia 21 e evoluiu para US$ 285,18 milhões no dia 23, apesar do aumento na taxação de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) desde a semana passada sobre a captação de dinheiro no exterior.
Carlos Montone, diretor do Banco Noroeste, diz que o dinheiro do exterior continua sendo atraído pelas altas taxas de juros do mercado doméstico.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,120%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,89% para dias úteis, projetando rendimento de 3,83% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,85% ao mês, projetando rentabilidade de 3,81%.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,4863%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 28% e 47,6% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias entre 15% e 16% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,47% ao mês, projetando rentabilidade de 4,45%. Para 32 dias (capital de giro): entre 50% e 110% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,94% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 0,58%, fechando com 44.450 pontos e volume financeiro de R$ 306,09 milhões. Rio: queda de 1,5%, encerrando a 19.553 pontos e movimentando R$ 17,07 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 4.580,62 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.641,10 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 17.921,99 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,946 (compra) e R$ 0,947 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,945 (compra) e por R$ 0,947 (venda). ``Black": R$ 0,945 (compra) e R$ 0,955 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,947 (compra) e R$ 0,950 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,920 (compra) e R$ 0,950 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: estável, fechando a R$ 11,55 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 23 foi positivo em US$ 1,277 bilhão. As entradas financeiras foram maiores que as saídas de dólares em US$ 4,032 bilhões. O saldo total está positivo em US$ 5,310 bilhões.

No exterior
Segundo a ``UPI", ontem, em Londres, a libra foi cotada a 1,5417 dólar. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 96,70 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para agosto fechou a 3,81% no mês e para setembro a 3,43% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para outubro ficou a 44.800 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para agosto fechou a R$ 0,950 e a R$ 0,963 para setembro.

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