São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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"Não há provas suficientes"

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Autor do livro ``A Fascinante Aventura do Cinema Brasileiro", o pesquisador Carlos Roberto de Souza, 44, afirma não haver elementos para garantir que o cinema brasileiro começou em 1897.
Para ele, as informações de Capellaro não afastam a possibilidade de os filmes exibidos em Petrópolis terem sido rodados no exterior.
A presença de nomes de cidades e bairros brasileiros nos títulos seria o que ele classifica de ``artifício publicitário" -uma forma de garantir maior interesse às sessões.
Para Souza, a má qualidade das imagens e as precárias condições de exibição poderiam beneficiar uma eventual fraude.
A leitura do artigo de Adhemar Gonzaga mostra que preocupações com fraudes não são descabidas. Citando detalhes das primeiras sessões de cinema no Brasil e no exterior, ele menciona filmes com temas semelhantes como chegadas de trens e bondes e cenas de acrobata em trapézio.
No artigo, Gonzaga faz, porém, uma ressalva que acaba reforçando os argumentos de Capellaro: ``Não teriam as platéias petropolitanas percebido o engodo? Afinal, coisas tão flagrantes como a locomotiva, os carros, a própria estação, a maneira de vestir das pessoas em cena sem dúvida alguma denunciam a tapeação".
Souza concorda com Capellaro sobre a ausência de provas da exibição das imagens da baía de Guanabara que teriam sido filmadas por Segreto. ``Sabe-se que foi feito o registro, mas acho que não existe nenhum anúncio de exibição das cenas", diz.
(FM)

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