São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Brancos se dão bem com pratos nacionais

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os seus 7.408 km de costa, 55.457 km quadrados de águas internas e a consequente abundância de peixes e frutos do mar tornam o Brasil um país com definida vocação para vinhos brancos.
Mas, se as condições geográficas sugerem vinhos leves quando se trata de harmonizar a bebida com as comidas da terra, a opção mais apropriada não é necessariamente a mesma.
Pelo contrário, nesse departamento, os brancos de bom corpo, vivazes, com boa acidez e conteúdo alcoólico são os mais adequados para acompanhar pratos em que predominam vigor e riqueza.
O Chardonnay Langhe 93 de Moccagatta (um produtor da região do Piemonte, no norte da Itália), por exemplo, pode ser uma boa pedida para se acompanhar a gastronomia nacional. Ele é fresco, tem equilíbrio e sabor frutado (maçã, banana, kiwi) intenso, longo e elegante, ótimo para os pratos mais simples e frutos do mar.
Menos perfumado -mas com bom aroma típico da variedade, e certo toque de mostarda e especiaria, o Quinta da Pacheca 93, um Riesling do norte de Portugal, tem também bom corpo e viscosidade, sabor frutado com toques cítricos (casca de laranja) bem presentes principalmente no final.
Já quem procura um vinho ainda mais encorpado pode optar pelo Mount Pleasant Elisabeth 88, um Semillon do Hunter Valley (região do leste da Austrália).
Ele é um Semillon maduro, envelhecido -uma especialidade australiana-, e tem aroma diferente, marcado por ervas, frutas secas (nozes e amêndoas) e certa especiaria, corpo e conteúdo alcoólico suficiente para escoltar até os robustos churrascos do Rio Grande do Sul.

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