São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Escavações; Municípios mineradores; Nós e eles; Ficção e realidade; Milagre; Separatismo futebolístico; A guerra das organizadas; Erro médico; Contra-ataque; Intolerância religiosa

Escavações
``Li a nova carta de Walter Neves. Por ela fiquei sabendo que o Iphan está autorizando não-arqueólogos a escavar. Imagino o que ele escreveria se eu respondesse dizendo que, voltando de uma sessão de análise de esqueletos humanos, havia lido sua carta! Como a Folha exigiu que eu cortasse minha resposta, ele pôde ainda escrever mais inverdades. Caluniar é rápido, exige poucas palavras; a resposta deve ser longa. Nossas leituras divergem cada vez mais. Não há problemas metodológicos; o que os americanos alegam são diferenças na aplicação de kits de testes técnicos. O sr. Walter Neves não deve conhecer a diferença entre métodos e técnicas. São os americanos que cometeram grave falta metodológica quando fizeram uma crítica afirmando, na introdução, que estão baseados, unicamente, em publicações preliminares. Walter Neves continua a fazer o garoto-propaganda dos americanos, especialmente de David Meltzer. Deve ter suas razões. O artigo de Meltzer em `New Scientist' tem sua resposta, aliás emprestei fotografias para ilustrá-lo. Que Neves não esqueça que esses professores americanos de pequenas universidades precisam publicar todos os anos para não perder o emprego. Em vez de trabalhar, é mais fácil ficar sentado em seu escritório escrevendo sobre o trabalho dos outros. Tudo conta para manter uma aparência de produção. Seria interessante comparar o renome de minha instituição de origem, ou o da USP, com a reputação da universidade do sr. Meltzer! Um professor da USP não precisaria chegar até esse ponto para agradar um americano. Nos Estados Unidos existem Universidades e universidades!"
Niède Guidon (São Raimundo Nonato, PI)

Municípios mineradores
``No momento em que se discute a reforma tributária, é importante que o Congresso e os governos tenham bom senso e isenção. Preocupa-nos o tratamento dado aos municípios mineradores, pois a extração de minérios é uma atividade de vida útil bastante limitada e inevitavelmente predadora. Um tratamento tributário diferenciado é tão-somente uma questão de justiça."
João Jacques Affonso de Castro (Araxá, MG)

Nós e eles
``Fiquei impressionado ao constatar em reportagem publicada pela Folha em 23/8 a explicação dada pelo sr. Angelo Calmon sobre o porquê dele e o filho efetuarem saques elevados quando decretada a intervenção no Econômico. Julgava que, como os demais clientes, eles também não precisassem `dar comida a suas famílias' e nem precisassem `honrar compromissos assumidos anteriormente'. De fato, os diretores de banco são `clientes diferentes'!"
Amadeo Peloggia Filho (Taubaté, SP)

Milagre
``Jesus disse: Pedi e receberei! Pois eu tenho rezado tanto que finalmente vejo uma ótima notícia vinda do ministro Bresser Pereira, qual seja, o governo pretende selecionar o segundo escalão por meio de concurso público. Vou continuar rezando por dois motivos: o primeiro, porque eu jamais deixaria de o fazer e o segundo, para que os concursos públicos sejam honestos."
Luiz Antônio da Silva (São Paulo, SP)

Ficção e realidade
``Mais uma vez a Folha está de parabéns pela fantástica pluralidade que abriga em suas páginas. O exemplo de 17/8 mostra as bem-engendradas peças de ficção assinadas por Otavio Frias Filho, Clóvis Rossi, Josias de Souza e Carlos Heitor Cony, em plena convivência democrática com a frieza dos fatos desvendados pela manchete de primeira página (`BC exige 1,8 bilhão da Bahia'). Ou a manchete é verdadeira e, portanto, esses senhores não estão entendendo o país que pretendem explicar, ou é mentirosa e, portanto, devo mudar de jornal."
Nell Ferreira (Carapicuíba, SP)

Separatismo futebolístico
``Tão infelizes quanto repugnantes as palavras de Maurício Stycer publicadas na edição de 23/8 deste conceituado jornal. É claro que, se formos campeões, a imprensa dirá: `É do Brasil'. Caso contrário, o peso será só nosso! Por essas e outras é que o Rio Grande do Sul deveria ser Uruguai!"
Maurício Alban, Torcida Jovem Gremista (Brasília, DF)

A guerra das organizadas
``Deus me perdoe, mas aquela foto de Renato Cordeiro na primeira página de segunda-feira é arte."
Tom Zé (São Paulo, SP)

``Sou fanática por futebol. Há tempos não vou aos estádios e gostaria muito de poder voltar a frequentá-los. Não sou de nenhuma torcida organizada, mas simpatizo com a Gaviões da Fiel e sou corintiana. Impedir os torcedores de usar os seus uniformes não vai resolver nada pois o bando de marginais continuará a frequentar os estádios mesmo sem as camisas. Tem que esperar morrer 200 pessoas para que o caso seja considerado grave?"
Luciana Cristina de Campos (São Paulo, SP)

Erro médico
``Parabenizamos o jornalista Josias de Souza pelos artigos. Concordamos plenamente com o artigo `O grande gesto' (Folha, 22/8), sobre o cirurgião Silvano Raia. Gostaríamos que os erros médicos fossem assumidos para que no futuro tanto o médico quanto a população pudessem conviver melhor."
Durval Francisco dos Santos Filho, presidente da Sociedade Médica de Maringá (Maringá, PR)

Contra-ataque
``Em carta publicada no `Painel do Leitor', o primo do sr. José Milton Dallari, advogado Adilson Dallari, tece declarações agressivas e de menosprezo a este jornal e à minha pessoa. `Ridículo e desonesto' foi o próprio professor Adilson Dallari, que em entrevista em São Paulo lançou-me a provocação de que iria me processar, desafiando-me a `abrir mão' de minha imunidade parlamentar. Em vez de citar artigos de lei, pelo seu cliente não-cumpridas, deveria o ilustre causídico orientar melhor o seu cliente a não trazer à Câmara dos Deputados, em audiência pública, um contrato de gaveta como se fora um contrato registrado e com eficácia jurídica, coisa que qualquer rábula ao ler saberia não ter validade."
Arlindo Chinaglia, deputado federal pelo PT-SP (Brasília, DF)

Intolerância religiosa
``É lamentável a posição de intolerância religiosa do leitor Antônio Lucena, que protestou contra a atitude ecumênica de d. Evaristo Arns. Ao dizer que `umbanda e quimbanda são formas de espiritismo condenadas pelo Senhor na Bíblia', Lucena falta com a verdade. Primeiro porque tal condenação nunca foi lei divina. Depois, porque as palavras `espiritismo' e `espírita' foram criadas em 1857 pelo professor francês Allan Kardec. A doutrina espírita nada tem a ver com a umbanda ou quimbanda, a não ser pelo ato mediúnico, comum ao movimento carismático (católico) e às manifestações do Espírito Santo no protestantismo."
José Queid Tufaile Huaixan, presidente do Grupo Espírita Bezerra de Menezes (São José do Rio Preto, SP)

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