São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PM prepara superblitz nos estádios

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Militar vai lançar uma superblitz para impedir a entrada de torcidas uniformizadas nos estádios da capital amanhã.
A PM tentará, assim, dar efeito prático à determinação da Federação Paulista de Futebol de não permitir o ingresso de torcedores com roupas que caracterizem um grupo organizado.
O objetivo da medida é coibir a ação das torcidas “profissionais”, consideradas pela FPF as responsáveis pela briga de domingo passado entre palmeirenses e são-paulinos, no estádio Pacaembu, que terminou com 102 feridos.
Segundo o tenente-coronel Carlos Alberto de Camargo, comandante do 2º Batalhão de Choque, haverá uma revista “minuciosa” a cada torcedor que pretenda assistir a São Paulo x Atlético-MG, no Morumbi, e a Portuguesa x Goiás, no Parque Antarctica.
Esses são os dois jogos que serão disputados pelo Campeonato Brasileiro amanhã em São Paulo.
Qualquer pessoa que tente entrar nos estádios vestindo camisa de torcida organizada será barrada.
Quem estiver de casaco terá que tirá-lo para mostrar que não está trajado dessa maneira. Torcedores sem camisa não serão admitidos.
Para garantir o cumprimento da medida nos dois estádios, foi cortada a folga de parte dos componentes do 2º Batalhão de Choque.
Com isso, a PM disporá de um efetivo equivalente ao usado em dois clássicos, disse o tenente-coronel Carlos Alberto.
Dentro do Morumbi, haverá 144 policiais. No Parque Antarctica, serão 120. Ao todo, cerca de 500 homens trabalharão na segurança dos dois jogos.
Em relação às torcidas de clubes de fora, haverá uma tolerância maior na questão das camisas.
Os ônibus de organizadas que chegarem de Minas e Goiás serão recebidos na chegada a São Paulo por oficiais da PM. Estes vão orientar os torcedores a não usar suas roupas características.
“Se eles não tiverem outras camisas para vestir, vamos deixar entrar. Acho que não haverá problema, porque serão poucos e ficarão isolados por policiais.”
O tenente-coronel negou que essa tolerância represente o uso de dois pesos e duas medidas. “Acima de tudo, está o interesse público. Não vamos abrir mão disso por motivos de equidade.”

LEIA MAIS
Sobre a violência no futebol na pág. 5 e sobre o Brasileiro nas págs. 2 a 4

Texto Anterior: Navratilova deixa a presidência da WTA; Klinsmann volta aos treinos no Bayern; Federação da Itália veta jogo na Croácia; O NÚMERO
Próximo Texto: Venda de álcool é suspensa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.