São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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Gerente vai trocar carro por coletivo

'Resolvi ver qual é', diz Andreoli

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de usar apenas o carro como meio de transporte há nove anos, Danilo Andreoli, 27, resolveu aderir ao rodízio de veículos e tomar dois ônibus para trabalhar.
A poluição do ar não é principal preocupação do gerente de treinamento da loja de CDs Planet Music. Para ele, andar de carro na cidade está ficando cada dia mais insuportável.
``No começo não queria aderir, mas, depois dos congestionamentos que venho enfrentando, resolvi ver qual é."
Como a maioria dos entrevistados pelo Datafolha, ele não acredita que a adesão ao rodízio será grande. ``Na hora H vai todo mundo pegar o carro", diz.
Andreoli mora em Higienópolis (região central) e trabalha na avenida Rebouças (zona oeste). Para ir de um lugar ao outro terá que tomar um ônibus na avenida Angélica e outro na Consolação.
Ele fez um teste com o transporte coletivo há semanas, quando mandou o carro para a oficina.
O resultado foi melhor do que o esperado. ``Levei só 20 minutos para chegar ao trabalho. Quando vou de carro, demoro mais de meia hora", afirma.
Além do trânsito, o outro problema do trajeto por automóvel é a mão das ruas. ``Fica tudo na contramão. Só para pegar a Rebouças no sentido Consolação demoro uns dez minutos", afirma.
Ele diz que só vai optar pelo ônibus no seu dia de rodízio porque as linhas que servem a região são ``mais civilizadas". ``O próprio ônibus é mais limpo e os motoristas e cobradores, um pouco mais educados", diz.
Segundo Andreoli, o principal problema ao andar de ônibus é exatamente o relacionamento com motoristas e cobradores.
``Parece que eles estão dirigindo um caminhão. Não tem noção de distância, de semáforo, de pedestre, de moto, de nada", reclama.
O lado negativo do teste de ônibus foi um ``quase atropelamento" que sofreu. ``Fui entrar no ônibus e o motorista saiu na maior velocidade", conta.
Ele diz que ficou indignado e resolveu reclamar. ``Marquei o número do ônibus e tentei ligar para a empresa para reclamar. Só dava ocupado. Desisti", afirma.
Sua opção de aderir ao rodízio tem algumas restrições. ``Se eu botar o pé para fora de casa e não conseguir pegar ônibus, volto e pego o carro."

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