São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Ação da Samsung na AL será centralizada no Brasil

FREDERICO VASCONCELOS
ENVIADO ESPECIAL A SEUL

Os coreanos estão chegando. A Samsung -gigante da área de tecnologia de ponta- decidiu centralizar no Brasil os seus investimentos na América Latina.
``A Samsung não tem intenção de investir em outros países do Mercosul", diz Hee Joong Choi, coordenador dos projetos da empresa para o Brasil.
A confirmação da escolha do Brasil foi precedida de desencontros oficiais e adiamentos de projetos. Um exemplo: a produção de televisores e videocassetes em Manaus, que deveria começar em setembro, foi adiada por dois meses.
A polêmica sobre a imposição de cotas paralisou os estudos internos e só foi superada com as explicações da ministra Dorothea Werneck, durante a recente visita à Coréia do Sul.
O grupo registrou um faturamento de US$ 63,9 bilhões em 1994 e está colocado no 14º lugar no ranking das maiores empresas do mundo, segundo a revista americana de negócios ``Fortune". Produz desde aparelhos eletroeletrônicos a chips de computadores.
Mais francos e diretos que os concorrentes japoneses, os coreanos criticam os sucessivos planos econômicos e as mudanças das regras do jogo no Brasil.
Jae Kyung Lee, diretor responsável pelos projetos externos da Samsung Electronics, principal empresa do grupo, diz que a Samsung pretende investir agressivamente em marketing. Já foi deflagrada uma guerra fiscal, em que vários Estados oferecem incentivos para receber as indústrias.
A primeira batalha envolve uma fábrica de cinescópios (tubos para televisores), com investimento em torno de US$ 400 milhões e que vai gerar 500 empregos diretos. O local deverá ser definido entre Manaus, Campinas e Rio de Janeiro.

Monitores
Em 1997, a Samsung começará a fabricar monitores para PC e áudio e microondas. Em 1998, será a vez dos produtos de linha branca (refrigeradores e máquinas de lavar). A longo prazo, pode vir a produzir veículos no país.
``Não pretendemos apenas fazer uma montagem, o objetivo é fabricar localmente os componentes", diz Lee.``Preferimos utilizar empresas locais como fornecedores. Se houver necessidade, incentivaremos outras empresas coreanas a se instalar no Brasil", diz.
A Samsung já atua em joint venture com a Batik (televisores) e fornece tecnologia à Brastemp.

O jornalista FREDERICO VASCONCELOS viajou a Seul a convite da Samsung do Brasil.

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