São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Leia a íntegra do pronunciamento

Esta é a fala de FHC no rádio:
Os pequenos e médios produtores terão financiamento para a safra de verão 95/96, que começa a ser plantada agora em setembro -R$ 1,1 bilhão para custeio e investimento.
O dinheiro virá do Fundo de Amparo ao Trabalhador e será transferido para os bancos do Brasil, do Nordeste e da Amazônia. Esse financiamento é extra, portanto vai ser somado à linha de recursos tradicionais dos bancos.
As regras do financiamento, definidas no Programa de Geração de Empregos e Renda Rural, o Proger, já estão à disposição dos produtores nas agências do Banco do Brasil e, dentro de dez dias, o dinheiro vai estar nas agências.
O Proger vai beneficiar em torno de 100 mil produtores rurais. Se você é produtor, tem renda bruta anual de até R$ 48 mil e depende, principalmente, da atividade agropecuária para sobreviver, vai poder se habilitar aos empréstimos de investimento e custeio. O limite para custeio é de R$ 30 mil, com juros de 16% ao ano e mais nada. Você vai poder usar o dinheiro para plantar qualquer produto.
Se plantar algodão, arroz, feijão, milho ou soja, terá direito à equivalência-produto. A equivalência só vale para esses produtos. E, desta vez, a verba de custeio pode ser aplicada na preparação da terra e em pequenos investimentos. Isso é uma novidade.
O limite de empréstimo para investimento é de R$ 48 mil e será corrigido pela TJLP, que é a Taxa de Juros de Longo Prazo, mais 6% ao ano. A TJLP já é menor do que a TR.
Se você explora a terra junto com outro agricultor, de forma coletiva, numa associação ou cooperativa, também terá acesso ao empréstimo. O limite pode chegar a R$ 150 mil. Com esse empréstimo, o produtor poderá comprar máquinas e equipamentos agrícolas -novos ou usados. Nós vamos investir 10% do total dos recursos, ou seja, R$ 110 milhões, nos 550 municípios que fazem parte do Comunidade Solidária, justamente onde estão os produtores de menor renda.
Eu tenho insistido que os recursos do governo federal são poucos. Portanto, nós precisamos gastar bem e, sempre que possível, em parceria. Neste caso, os parceiros do governo são os próprios trabalhadores.
Como você viu, o dinheiro desse programa vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Então, é um dinheiro do trabalhador, que está voltando para o trabalhador. A agricultura já ajudou, e muito, o Plano Real. Por isso, nós temos a responsabilidade de também ajudar, e muito, a agricultura. Ela é uma das prioridades mais importantes do novo governo.
Investindo agora no pequeno produtor, estamos evitando que, no ano que vem, agricultores troquem o campo pela cidade, em busca de uma vida melhor. Como se diz: estamos plantando boas sementes hoje, para colher bons frutos amanhã.

Texto Anterior: Programa dá R$ 1,6 bi para pequeno produtor
Próximo Texto: Governo adia votação sobre a Vale
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.