São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995 |
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PFL agora usa reforma para atacar PSDB
GUILHERME EVELIN; DENISE MADUEÑO
O almoço discutiu a formação de um conselho político para tratar das divergências entre os partidos aliados. "Adoeci", justificou o vice-presidente do PFL, deputado José Jorge (PE), encarregado de representar o partido. A intenção de mudanças na reforma tributária e privatizações consta da nota levada pelo partido ao jantar com o presidente Fernando Henrique Cardoso e dirigentes do PSDB, ontem à noite, no Palácio da Alvorada. Para mudar o projeto de reforma tributária, o PFL prepara um conjunto de emendas. As propostas dos pefelistas estão sendo estudadas por especialistas e deverão estar prontas na próxima semana. "O partido já tem emendas para aperfeiçoar a proposta do governo", disse o presidente do PFL, Jorge Bornhausen. Entre outros pontos, os pefelistas se opõem à criação do empréstimo compulsório para controlar o consumo e à quebra do sigilo bancário. Na nota, o partido defende uma reforma ampla que "'simplifique e reduza os impostos e estabeleça, com clareza, as competências e encargos dos entes integrantes da Federação". O PFL estabeleceu, no documento, os pontos que o partido considera que devem ser a linha do governo e os futuros rumos da aliança com o PSDB. "A nota é a reafirmação do caminho que entendemos que deve ser tomado", afirmou Bornhausen. A nota faz uma referência à crise com o ministro Sérgio Motta (Comunicações), que criticou a "febre liberal de dilapidação do patrimônio público". Em um dos itens, o documento diz que o partido é contra a redução da "amplitude dos processos de privatização, parcerias e concessões já iniciados e que, dentro da lei e dos princípios éticos, devem ser acelerados". O presidente do PSDB, Arthur da Távola, afirmou que o PFL delimitou o seu espaço. "Começou a ficar bem claro que entre o PFL e o PSDB há muitas diferenças". O tucano afirmou que seu partido não vai abrir mão de seus pontos de vista. "Sempre haverá disputa por espaço entre os dois partidos", disse. O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), considerou inoportuna a divulgação da nota no mesmo dia em que os partidos se sentariam para conversar. "Os partidos têm de colocar claramente suas diferenças, mas preservar a aliança", afirmou Machado. Na quarta-feira à noite, a Executiva do PSDB definiu a estratégia da legenda para ocupar espaço na aliança de apoio ao governo. "O partido não pode ser tímido e tem de demarcar o seu espaço", disse Távola. Texto Anterior: Tuma faz denúncia contra governadores; Justiça manda pagar supersalários no ES; Ação contra jornalistas no PA pode ser arquivada; Ombudsman encerra evento sobre infância Próximo Texto: Para pefelista, Motta "joga conversa fora" Índice |
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