São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995
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Paulistas temem o prejuízo da violência

Estado tem pior média de público

DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo é o Estado com menor média de público entre os que têm times disputando o Brasileiro.
O medo da violência e a interdição parcial ou total dos estádios paulistas são as causas prováveis dessa média baixa -3.455 pagantes por jogo (veja quadro abaixo)-, que faz os clubes do Estado temerem prejuízo no torneio.
O Corinthians, que manda seus jogos no Pacaembu -fechado para reforma-, enfrentou o Paraná anteontem, no Morumbi, para apenas 1.274 torcedores.
Segundo a diretoria do clube, houve prejuízo de aproximadamente R$ 50 mil.
"O problema do Brasileiro é que, como só se classifica um time por turno, se o Corinthians perder mais algum jogo, nossas partidas podem se esvaziar ainda mais", disse o vice-presidente de futebol do Corinthians, José Mansur.
"Por isso, não fizemos loucuras nas contratações para o campeonato. Em alguns jogos, com certeza, vai ser pior."
"Vamos ter que pagar caro para jogar. E muito caro", lamenta Ilídio Lico, vice-presidente de futebol da Portuguesa.
"As cenas de violência vão ser esquecidas um dia. Mas vai demorar", prevê.
Na expectativa do prejuízo, o clube reduziu o valor dos "bichos" (prêmios por vitória) de R$ 3.000 -valor pago na segunda fase do Paulista-95- para R$ 1.000.
Até quarta-feira passada, os nove jogos do torneio disputados em estádios paulistas foram vistos por 31.099 pessoas.
Seria necessário somar a renda desses nove jogos -R$ 318 mil- para comprar um carro de luxo Mercedes SL 600.
Desde o conflito entre palmeirenses e são-paulinos, dia 20, no Pacaembu, que fez um morto e 101 feridos, nenhum jogo superou 6.000 pagantes.
Houve uma partida em Alagoas com público menor que a média paulista -2.483 viram Fluminense (RJ) 3 x 1 União São João (SP). Mas os alagoanos não têm time na divisão principal.

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