São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Católicos americanos classificam filmes

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Uma nova onda de puritanismo ronda a indústria cinematográfica dos EUA. A partir da próxima quarta-feira, a "Catholic Communication Campaign" (Campanha de Comunicação Católica) passará a classificar os filmes de acordo com a quantidade de violência, sexo e mensagens morais de cada um.
Os resultados da análise do grupo cristão estarão disponíveis ao usuários através de um serviço gratuito de telefone.
Os filmes serão divididos em cinco categorias: A-1 (sem objeções morais, para qualquer idade), A-2 (para adultos e adolescentes), A-3 (para adultos), A-4 (para adultos, com reserva), O (moralmente ofensivos).
Duas pessoas farão todo o trabalho de classificação.
Segundo Henry Fox, diretor da campanha, o grupo não fará restrições a filmes que tratem de temas como homossexualismo, "desde que tratados com sensatez".
Entre os filmes já classificados, só os desenhos animadas foram considerados apropriados para qualquer idade.
"Apollo 13" recebeu classificação A-2 por abordar temas profanos. "As Pontes de Madison" foi considerado A-4 por "incentivar" o adultério.
"True Lies" e "Duro de Matar 3" foram considerados moralmente ofensivos (O) por explorar a violência e o sexo.
Rei Leão
Mais radicais do que a Catholic Communication Campaign, os membros da American Life League querem que todas as cópias do desenho animado "O Rei Leão" sejam retiradas das locadoras.
O grupo cristão -que se apresenta como o maior oposicionista à legalização do aborto nos EUA- afirma que em uma das cenas do filme, aparece a palavra "sex" (sexo).
Segundo Tracey Casale, porta-voz da American League, a cena polêmica acontece na metade do desenho, quando Simba (o leãozinho) brinca com seus amigos Pumbaa e Timon.
"Ele rola na grama e, quando cai, levanta uma nuvem de poeira. No momento em que a nuvem está se dissipando, aparecem as letras "S", "E", e "X". Essa é uma mensagem sutil, que incentiva a prática do sexo", explica.
Segundo Tracey, o grupo já recolheu até agora 250 mil assinaturas que serão enviadas à Walt Disney. "Queremos que as cópias sejam retiradas e essa cena refeita". A Disney ainda não se manifestou sobre o assunto.

Texto Anterior: Weffort libera R$ 500 mil para "Tieta"
Próximo Texto: Repúdio aos novos deu o tom do festival
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.