São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Líderes oposicionistas atacam discurso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os partidos de oposição reagiram negativamente ao discurso do presidente Fernando Henrique Cardoso. A oposição se prepara para formar o fórum das esquerdas, que deverá reunir o PT, PDT, PC do B e PSB, inicialmente.
Ontem, o presidente defendeu o apoio dos partidos em questões pontuais, sem contrapartida. O fórum deverá propor políticas públicas e alternativas para os problemas sociais e econômicos do país.
"Ele disse o óbvio", reagiram os líderes do PDT, Miro Teixeira (RJ), e do PT, Jaques Wagner (BA). O líder do PC do B, Aldo Rebelo (SP), considerou a proposta uma "falta de respeito".
"O presidente foi genérico e confuso. É importante que haja um convite formal para eleger uma pauta de prioridades para melhorar o país, mas não espero que isso aconteça mais. O presidente já perdeu a hora", disse Miro.
"O próprio presidente transferiu do Congresso para o Planalto a instância de discussão das propostas para o país. Quando chegam ao Congresso, as propostas já estão prontas. Pedir apoio não é uma forma respeitosa", disse Rebelo.

Espantalho
"É estranho que a declaração seja feita no nono mês de governo, dentro da crise do PSDB e PFL", disse o deputado Marcelo Deda (PT-SE). Ele afirmou que o presidente acena para a oposição quando há crise entre os partidos que o apóiam. "Não vamos servir de espantalho para ameaçar o PFL".
Wagner disse que a fala de FHC "não sensibilizou". "Eu defendo uma relação positiva e profissional com o PSDB e com o governo. Se enviarem projetos que concordamos, votaremos a favor".

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