São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Maia diz sentir-se inseguro no Rio

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), disse ontem que a criminalidade na cidade aumentou e as informações sobre segurança pública estão sendo omitidas. "É uma caixa preta", afirmou o prefeito.
Maia disse que se sente inseguro "como cidadão médio" e que a Operação Rio -o uso de homens das Forças Armadas no policiamento da cidade, iniciada em outubro de 94- não deu os resultados esperados, que seria reduzir a criminalidade.
Maia reforçou sua segurança por causa de uma carta apreendida pela Polícia Militar, relatando um plano para assassiná-lo.
Desde a suposta ameaça, foi dobrado o efetivo de policiais que fazem a segurança do prefeito. Ele também pretende passar a andar com carro blindado a partir de agosto e já está mudando frequentemente de caminho.
Ontem, o prefeito apresentou números, que disse ter obtido confidencialmente junto a policiais e ao Instituto Médico Legal, e afirmou que os sequestros aumentaram 140% este ano em relação ao ano passado, os homicídios, 130%, e os assaltos a banco, 75%.
"Nós temos quase um ano de Operação Rio, que tem uma certa continuidade. Essa é a pior situação que o Rio já viveu em matéria de segurança pública."
O prefeito disse que o chefe de Polícia Civil, Hélio Luz, faz o "discurso dos direitos humanos", que favorece a criminalidade e desmoraliza a polícia.
"Já ouvi o discurso dos direitos humanos, que transforma o preso, criminoso, marginal, em grande cidadão. Esse é o discurso que estou ouvindo do senhor Hélio Luz agora. Esse discurso nos levou a essa situação desgraçada que passou a viver o Rio nos últimos anos", afirmou.
Depois, disse que o "discurso dos direitos humanos" melhorou o país. Maia afirmou que não se deve dar crédito a denúncias de presidiários e sequestradores, transformando policiais em réus.
Citou nominalmente o delegado Hélio Vígio, que prestou depoimento depois de ter sido acusado por duas presidiárias de ter chefiado uma delegacia onde se torturavam presos e participado de uma armação no sequestro do pai do jogador Romário.
Maia disse que já ofereceu R$ 50 milhões dos cofres municipais ao Estado para aplicação em equipamentos de segurança e que até agora só R$ 2 milhões foram utilizados.
Números da Secretaria da Segurança com ocorrências de janeiro a julho deste ano indicavam um aumento do número de sequestros e assaltos a banco, em relação ao ano passado.
Os números também indicavam aumento do número de prisões, apreensão de drogas e recuperação de carros roubados.

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