São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995
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Planalto veta aumentos acima da inflação para funcionários do BC

MARTA SALOMON; SILVANA DE FREITAS, LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto vetou o aumento salarial de até 38% acima da inflação aprovado pela diretoria do BC (Banco Central) para seus funcionários. O caso servirá de exemplo para os dissídios das categorias salariais que têm data-base em setembro.
Na avaliação do Planalto, o reajuste do BC teria o efeito de uma "bomba" no mês de setembro, que concentrar as datas-bases de categorias mobilizadas como metalúrgicos, bancários e petroleiros.
A proposta de aumento de salário no BC, defendida inclusive pelo presidente do banco, Gustavo Loyola, depende ainda do aval do CMN (Conselho Monetário Nacional).
Segundo a Folha apurou, o presidente Fernando Henrique Cardoso já determinou que o CMN desautorize o aumento. O CMN é integrado pela cúpula da equipe econômica: os ministros Pedro Malan (Fazenda) e José Serra (Planejamento), além do próprio Loyola.
Embora desde julho a correção dos salários seja objeto de livre negociação entre patrões e empregados, o governo não pretende admitir reajustes acima dos índices de produtividade de cada empresa. Pelo menos no setor público -como no caso da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
O índice de produtividade (aumento acima do IPC-r) no BC será fixado nos próximos dias pelo ministro Malan e Loyola, afirmou ontem o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral.
Ele disse que o reajuste extra de até 38%, dependendo da faixa salarial, está "fora de cogitação". Segundo o porta-voz, "não há justificativa" para o aumento.
O reajuste teria impacto nas negociações de setembro.
Ontem, Malan optou pelo discurso em respeito à proposta do governo de acabar com os reajustes automáticos. "Não tem sentido os burocratas do governo federal definirem o percentual de aumento salarial.
(Marta Salomon)

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