São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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O caso Casé

MARCELO LEITE

Suspendo esta semana meus rodapés-picuinha (era a vez de "Na Ponta do Lápis") para abrir espaço a um caso flagrante de abuso opinativo. Na coluna "Ondas Curtas", que mantinha no caderno para jovens Folhateen, o jornalista André Forastieri permitiu-se segunda-feira passada o seguinte período:
"Regina Casé representa as panelinhas mais nefastas da cultura brasileira. Este país não tem jeito enquanto não derem um tiro na Regina Casé".
Se fosse para imitar suas imagens de mau gosto, como a menção à morte de Cazuza no final do texto, diria que o tiro saiu pela culatra. Forastieri teve sua colaboração interrompida pela Direção de Redação, que segundo o editor-executivo Matinas Suzuki Jr. já vinha examinando a possibilidade de encerrar a coluna, por sugestão da editora do caderno.
Leitores quiseram saber do ombudsman como é que um texto desses vai parar no jornal.
Algumas colunas -como "Ondas Curtas"- são lidas por um secretário de Redação, antes de publicadas. Raramente se pede ao autor alguma modificação, pois afinal se trata de manifestações de opinião.
O texto em questão foi lido, sim, mas as passagens escabrosas não chamaram a atenção. O editor-executivo assume que "houve uma falha de operação" e que em última instância a responsabilidade é sua.

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