São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 1995
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Médicos prometem combater PAS de Maluf

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As principais entidades médicas do Estado de São Paulo prometem resistir à implantação do PAS, o Plano de Atendimento à Saúde proposto pelo prefeito Paulo Maluf. O PAS será votado hoje na Câmara Municipal.
O plano prevê a transferência dos hospitais e postos de saúde para cooperativas e exige o credenciamento dos pacientes.
O Conselho Regional de Medicina (Cremesp) recomendou a todos os médicos que não participem do plano. "Estamos dispostos a fazer plantões nos hospitais para manter o atendimento à população, mas nos recusamos a fazer parte das cooperativas", disse Henrique Carlos Gonçalves, vice-presidente do conselho.
O Cremesp faz parte de uma frente popular contra o PAS que reúne os 12 conselhos regionais de saúde no Estado, além do Sindicato dos Médicos e da Associação Paulista de Medicina (APM).
"Sem médicos o PAS não existe", disse Tito César Nery, presidente do sindicato. "O plano está sendo aprovado por interesse de vereadores. Vamos divulgar o nome de todos que apoiarem o projeto." As entidades pretendem entrar na Justiça alegando que o PAS fere a Constituição.
O vereador Adriano Diogo (PT) disse que as cooperativas já "foram loteadas entre os vereadores". Segundo ele, as regionais de saúde do centro, Santana e Itaquera ficarão com o PMDB. A do Tatuapé com o PL. E a de São Miguel ainda está sendo disputada.
O atual presidente da APM, José Knoplich, é talvez o único dirigente de entidade médica a apoiar o PAS. "Pessoalmente sou a favor, porque trata-se da única proposta concreta para tirar a saúde do caos em que se encontra."
Knoplich deixa a presidência da APM em novembro. Os delegados da entidade e os candidatos à sucessão de Knoplich são contra o programa.

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