São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 1995
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Política da malvadeza; Lei eleitoral; Educação; Jet-ski; Homens públicos; Nova pastoral; Desaparecidos;

Política da malvadeza
"José Arthur Giannotti não foi escarafunchar a vida privada de Antônio Carlos Magalhães nas últimas décadas. O que ele fez foi criticar a atuação pública de toda uma facção da política nacional. E, quando isso lhe custou insinuações calculadas para atormentar a consciência íntima de homem de bem, soube reagir com desassombro e dignidade. Não será desse modo que se subtrairá Giannotti do debate público. É inaceitável o uso de informações da vida privada de qualquer cidadão para fins de intimidação política."
Amélia Cohn, Gabriel Cohn, Pedro Jacobi, Tullo Vigevani e Regis de Castro Andrade (São Paulo, SP)

"Parabenizo o professor José Arthur Giannotti pelo excelente artigo 'Política da malvadeza' e por ter tido a coragem de 'peitar' o todo poderoso ACM, coisa que seu colega FHC jamais faria por ter o 'rabo preso' com o nauseabundo senador baiano."
Antônio Santo Pocciotti (São Roque, SP)

"Ao cidadão comum é sempre difícil entender a ética dos políticos, poucas vezes coincidente com o código moral do cidadão. Ao me solidarizar com o professor José Arthur Giannotti pela sua atitude corajosa, recusando-se a ser chantageado por Antônio Carlos Magalhães, só me resta esperar que os amigos que Giannotti têm no PFL venham, também, prestar-lhe o apoio público que sua coragem merece."
Arthur de Moraes Cesar (São Paulo, SP)

"O artigo do professor Giannotti causa, em primeiro lugar, uma estupefação, já que é réu confesso por agredir, há 15 anos, a esposa. No entanto, Giannotti, através de seu artigo 'Política da malvadeza', se mostra um cidadão acima de qualquer suspeita. Prova que para destruir qualquer ato de chantagem o melhor remédio é vir a público, denunciar o chantagista. Parabéns, professor, pela hombridade. Agredir a esposa é um ato demeritório. No entanto, calar diante de chantagens que usam o lamentável fato como um calaboca seria duas vezes demeritório."
Luiz Puntel (Ribeirão Preto, SP)

Lei eleitoral
"O projeto de lei para as próximas eleições, que está sendo urdido pela maioria dos nossos parlamentares, promete ser a conclusão da fase de transição da ditadura militar, que vivemos não faz muito tempo, para o que poderíamos chamar de fase da plutocracia plena. Ao mesmo tempo em que são mantidas as restrições para a atuação dos sindicatos no processo eleitoral, confere-se ao poder econômico total domínio do mesmo, garantindo-se as condições para que os candidatos sejam comprados pelos homens do dinheiro."
Rafael Tramm (São Paulo, SP)

Educação
"Em momento bastante oportuno, a Folha publicou o encarte 'Ler', que faz uma radiografia muito clara do processo educacional brasileiro. O que se vê nas escolas, com raríssimas exceções, são professores despreparados e mal remunerados, métodos de ensino retrógrados, superlotação de alunos nas salas de aula, livros didáticos inadequados e má administração dos estabelecimentos. Urge que se proceda a uma revisão profunda na metodologia de ensino. O uso do jornal como material didático, bem como o estímulo a sua leitura, é um instrumento importantíssimo para atingir esse objetivo."
Ademar Ribeiro (São Sebastião do Paraíso, MG)

Jet-ski
"Mais uma tragédia foi provocada por um usuário de jet-ski. Qual a diferença entre esse crime e aquele outro, tão destacado pela imprensa, envolvendo as torcidas organizadas? Nenhuma. Então, por que não fazem uma campanha forte, sistemática, para que seja proibido o uso de jet-ski nas praias? É uma vergonha que tenhamos todos de ceder a essa manifestação individualista, narcisista, mantendo-nos em pânico toda vez que entramos nas águas de nosso litoral, que são de uso coletivo, não privado."
Antonio Gonçalves (São Paulo, SP)

Homens públicos
"A qualidade dos homens públicos é tão ruim, e eles se encontram tão distanciados de suas responsabilidades, que, ouvida a voz da nação nos episódios de Collor e Lucena, repudiando as inúmeras práticas que prejudicam o coletivo, em benefício do particular, eles respondem com anistias e legalizações das práticas condenadas. O Congresso vai dessa forma se tornando de fácil acesso a quadrilhas de toda natureza, que lá chegando providenciarão a legalização ostensiva ou a impunidade dissimulada de seus negócios. Os Paralamas podem preparar letra e música pois os congressistas garantem o sucesso."
Antonio Barretto dos Santos (Rio de Janeiro, RJ)

"Ao mesmo tempo em que o presidente da República lança prêmio para quem se destacar na defesa dos direitos humanos, o ministro José Serra 'ameaça verba da saúde' (Folha, pág. 1-6, 9/9). Enquanto isso, a Constituição federal diz: 'Saúde é um direito de todos e um dever do Estado'. Até quando viveremos de pirotecnias dos nossos governantes? Quando será que teremos dirigentes sérios neste país? A minha geração, dos quarentões, seguramente não verá isso."
José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR)

"A Folha noticiou, dias atrás, o comportamento fisiológico de deputados que, não atendidos em suas reivindicações por cargos, estão bloqueando votações de projetos de interesse do Executivo. Sugiro que sejam dados nomes aos bois, acionando novamente o 'Olho no Voto'. Assim, nós eleitores poderemos acompanhar a atuação dos políticos que elegemos e decidir com acerto nas próximas eleições."
Sérgio Faraco (São Paulo, SP)

Nova pastoral
"Enquanto a Igreja Católica não enfrentar os tabus desta 'moderna sociedade', certamente continuará a viver na ignorância, na sombra. Sinceramente, por que não criar uma pastoral para os homossexuais?"
Maria Érica de Oliveira Lima (Campinas, SP)

Desaparecidos
"É um disparate que o governo brasileiro considere a Lei da Anistia um obstáculo para se apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante a ditadura militar. O Brasil é signatário de acordos internacionais que o obrigam a abominar e punir todo tipo de tortura, acordos esses que de acordo com o direito internacional se sobrepõe à Lei de Anistia, um mero artifício jurídico criado durante o estado de exceção. A apuração das mortes é um direito dos familiares dos desaparecidos e um fator essencial para que se apague esse estigma de nossa sociedade."
Markus E. Schonborn (Rio de Janeiro, RJ)

Pedágio
"É absurdo ficar duas horas na fila das rodovias, exceção feita à Anchieta/Imigrantes. A razão é o pedágio de R$ 3,40. Por que não passam para R$ 4,00 e seguram um pouco mais para o próximo aumento, para ir então a R$ 5,00. Imagine o nervosismo e a perda inútil de tempo, somados ao gasto mínimo de 10 litros de combustível para essas duas horas. Ora, senhores dirigentes das estatais, vamos usar a inteligência e o bom senso."
Gijo Kikuti (São Paulo, SP)

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