São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995
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Arrecadação de ICMS volta a subir em SP

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

A arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em São Paulo vai passar de R$ 1,1 bilhão em setembro, interrompendo-se um movimento de queda que vinha desde abril.
A receita em agosto foi de R$ 1,05 bilhão, superior apenas aos R$ 995 milhões de fevereiro. Mas este mês, mais curto e incluindo o Carnaval, teve apenas 18 dias úteis, contra 23 de agosto.
A previsão é de Clovis Panzarini, coordenador de Administração Tributária da Secretaria Estadual da Fazenda, chefiada por Yoshiaki Nakano.
O ICMS é a principal receita de São Paulo e um dos mais importantes indicadores de atividade econômica, medindo o movimento de vendas de produtos e de prestação de serviços por meio da emissão de notas fiscais.

Desaquecimento
A recuperação neste mês provavelmente indica que o desaquecimento da economia atingiu seu ponto mais baixo em agosto, quando São Paulo teve a pior arrecadação do ano em termos efetivos.
O recorde do ICMS verificou-se em março, com R$ 1,33 bilhão. De abril em diante, houve queda todos os meses, indicando o persistente desaquecimento das vendas, em consequência da política de restrição ao consumo imposta pelo governo federal.
Observando a arrecadação dos primeiros dias de setembro, Panzarini considera certo que passará de R$ 1,1 bilhão. E que esse será o piso da arrecadação daqui até o final do ano, período em que a economia terá o impulso do Natal.
Até agosto, São Paulo arrecadou R$ 9,4 bilhão. Panzarini aposta que chegará ao final do ano com pelo menos R$ 14 bilhões, com um ganho mínimo de 10,3% sobre o ano passado.
Considerando-se que a economia deve crescer, no mesmo período, algo entre 4% e 5%, verifica-se que o ganho do ICMS será consequência em parte do aumento das vendas e em parte da melhoria na fiscalização e nos métodos da Coordenadoria de Administração Tributária.

Aperto
Hoje, em consequência de reajustes dados pelo ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, ao final de seu governo, a folha mensal é de R$ 850 milhões, afirma Panzarini.
Fleury Filho não foi encontrado ontem para comentar a afirmação. Nos dois últimos anos de seu governo, praticamente todas as obras foram paralisadas sob alegação de queda da arrecadação do ICMS.

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