São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995
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Saúde busca empresas para resolver crise

LÚCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado de São Paulo está fazendo parcerias com a iniciativa privada para tentar solucionar a crise na Saúde.
Pelo menos sete hospitais já estão finalizando obras ou ampliando suas dependências com a ajuda de empresas privadas.
Na maioria dos projetos, o hospital apresenta uma proposta e a empresa realiza a obra.
Ontem, o secretário de Saúde, José da Silva Guedes, 59, inaugurou oficialmente o hospital-dia do Complexo Hospitalar Heliópolis (Sacomã, zona sul).
O hospital custou cerca de R$ 30 mil, que foram pagos pela Logos Pró-Saúde S/A.
O custo da manutenção do hospital-dia, segundo a direção, é muito pequeno porque apenas três médicos são deslocados para o serviço. A grande vantagem é que, a partir de agora, sete leitos ficam disponíveis por dia pois muitos pacientes podem receber tratamento diário sem ficar internados.
"A iniciativa privada tem interesse em colaborar. É só uma questão de conversar", diz Abrão Rapoport, 52, diretor do Complexo Hospitalar Heliópolis.
Ele planeja criar outro hospital-dia (para pessoas com câncer) com a ajuda privada.
Após a inauguração, o secretário participou de debate com diretores de hospitais sobre formas de atrair investimentos de empresas.
Segundo o secretário, o caminho para solucionar a crise na Saúde hoje é "entusiasmar a rede a produzir mais".
Parceria, disse o secretário, é ajuda e ainda estimula os profissionais.
O Guilherme Álvaro, em Santos (litoral de SP), é outro hospital que conseguiu ajuda de uma empresa e de uma empreiteira para finalizar a obra em um pavilhão de internação (170 leitos) e de um hospital-dia para portadores do vírus da Aids. As duas obras custam cerca de R$ 2,5 milhões.
As obras ainda estão em andamento, mas o hospital vai receber o hospital e o pavilhão prontos.
"Nossa intenção agora é conseguir ajuda para reformar o hemocentro. Fazemos reuniões com membros da comunidade para estudar estratégias de conseguir novos "padrinhos", diz o diretor-técnico, George Bitar, 52.
A maior parte dos projetos da secretaria que estão em andamento é de finalização de hospitais que começaram a ser construídos em governos passados.
São 64 hospitais em todo o Estado, mas 23 ainda não foram concluídos (a maioria fica no interior).
"Não temos recursos para acabar todos esses hospitais e precisamos que eles sejam construídos. Dependemos da iniciativa privada", afirma o Ricardo Oliva, 42, coordenador dos programas de parcerias no interior do Estado.

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