São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995
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Embaixada dos EUA em Moscou é atacada

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O sexto andar da Embaixada dos Estados Unidos em Moscou (Rússia) foi atingido ontem por uma granada lançada por bazuca. A granada atravessou a parede e explodiu uma máquina de xerox na sala de impressão do prédio, mas não deixou feridos.
Investigadores acreditam que a granada foi lançada por um homem que estava do outro lado da avenida Novinski, onde fica a embaixada. A avenida contorna a cidade e fica a cerca de 1,5 km do Kremlin, a sede do governo russo.
Funcionários da embaixada americana disseram que a granada provavelmente foi lançada de um carro que passava pela avenida. O incidente ocorreu às 16h25 de ontem (9h25 em Brasília).
A Rússia colocou suas forças de segurança em alerta vermelho e decretou o Plano Sirene, que autoriza a detenção de qualquer carro e a inspeção de qualquer edifício russo.
A medida foi usada pela última vez em outubro de 1993, no levante do Parlamento russo contra o presidente Boris Ieltsin.
A polícia já tem um retrato falado do homem que atirou a granada. Ele seria alto, branco, teria cerca de 30 anos e estaria usando roupas claras. Uma bazuca, uma máscara, luvas e uma sacola de papel foram achadas em frente à embaixada.
Um diplomata dos EUA, que pediu para não ser identificado, disse que forças de segurança da Rússia podem ter sido responsáveis pelo atentado.
Segundo ele, a segurança russa poderia estar querendo radicalizar a situação no país antes das eleições parlamentares, previstas para dezembro deste ano.
O diplomata disse que também podem ter sido autores do atentado os separatistas tchetchenos, os ultranacionalistas e pessoas que tiveram o visto para os EUA rejeitado.
Horas antes, autoridades americanas afirmaram que não havia evidência de ligação do atentado à embaixada com as críticas que a Rússia fez aos ataques da Otan (a aliança militar ocidental, liderada pelos EUA) na Bósnia.
A Rússia acusou os ataques da Otan, iniciados no dia 30 de agosto, de promover um genocídio contra os sérvios da Bósnia, tradicionais aliados da Rússia.
Os EUA enviaram o subsecretário de Estado Strobe Talbott a Moscou para negociar as diferenças entre os americanos e os russos no conflito bósnio.
A Rússia decidiu aumentar a segurança de missões dos EUA no país. A segurança de todos os prédios americanos foi reforçada.
Os russos disseram estar considerando o ataque "terrorismo internacional". O presidente dos EUA, Bill Clinton, foi informado do ataque, mas não se pronunciou.

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