São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995 |
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Semi-ópera 'Rei Artur' estréia em SP
IRINEU FRANCO PERPETUO
Com: Madrigal Levare Regência: Alberto Cunha Atores: Eugênio Lasalvia (Rei Artur), Ana Andreatta (Rainha Guinevere), Fabio Esposito (Matilde), Daniel Reus (Rei Oswald) e William Amaral (Merlin) Solistas: Berenice Barreira, Rosimeire Moreira e Andréa Ferreira (sopranos), Sebastião Câmara (contra-tenor), José Palomares (tenor) e Francisco Meira (baixo) Direção: Naum Alves de Souza Quando: hoje, amanhã e seg, às 20h30; dom às 19h30 Onde: Teatro Paulo Eiró (av. Adolfo Pinheiro, 765, tel. 011/546-0499) Quanto: R$ 8 e R$ 4 (estudantes) Quando: dia 29, às 21h Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 222-8698) Quanto: de R$ 1 a R$ 15 A semi-ópera "O Rei Artur", do compositor inglês Henry Purcell, vai ter encenação "comme il faut" em São Paulo. Apresentada no Masp em julho, em versão de concerto, a obra será mostrada pelo Madrigal Levare de hoje a segunda no teatro Paulo Eiró e dia 29, no Teatro Municipal. Em uma semi-ópera, drama típico da Restauração inglesa, a ação principal é declamada por atores. As cenas musicais ficam com personagens secundários. É uma produção trabalhosa, para a qual o grupo não conseguiu patrocínio. A única ajuda da Secretaria Municipal de Cultura foi a cessão dos teatros e dos doze músicos da orquestra de câmara que acompanha o espetáculo. "Transformei minha casa e a de meu irmão num ateliê", conta Naum Alves de Souza, responsável pela direção, cenografia e figurinos. "O resultado é despojado, mas não deixa de ser bonito", diz. O grupo deslocou a encenação de época. "Ao invés de ambientá-la na Idade Média, quando viveu Artur, fizemos uma corte inglesa da época de Purcell na qual a história do rei bretão é encenada", diz Nelson Campacci, regente assistente do Madrigal. Embora tenha cinco atos, "O Rei Artur" não tem mais que uma hora e quarenta minutos de duração. O espetáculo de hoje, com apenas um intervalo, conserva a maioria dos números musicais. "Fizemos pequenos cortes nas partes instrumentais, em que o balé que estava previsto, que foram substituídas por movimentação do coro", explica o diretor. As partes cantadas em inglês foram preservadas. Já a declamação foi reescrita em português por Souza. "O texto é muito fragmentado, com diálogos curtos e diretos, semelhantes à história em quadrinhos", diz. "A parte falada é um mero pretexto para ligar os números musicais." Os atores seguem em tom de comédia o ufanismo ingênuo da obra, que celebra Artur como o comandante das tropas bretãs contra o invasor saxão. O libreto de "O Rei Artur" foi escrito por John Dryden em 1684, visando as comemorações dos 25 anos da Restauração do trono inglês, em 1660, com a coroação de Carlos 2º, da dinastia Stuart. Mas só em 1691 Dryden encontraria o autor adequado para musicar seu drama: Henry Purcell (1659-1695). Texto Anterior: Calcanhoto comemora disco de ouro Próximo Texto: Festival inicia venda de ingressos Índice |
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