São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Osteoporose afeta 25% das mulheres na menopausa

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma em cada quatro mulheres que chegam à menopausa desenvolvem a osteoporose -uma fragilidade óssea que facilita a ocorrência de fraturas.
Essas mulheres têm uma diminuição progressiva da densidade dos ossos, que se tornam incapazes de sustentar o corpo e de resistir a pequenos traumatismos.
Como resultado, aparecem fraturas principalmente na coluna vertebral, no punho e no quadril.
O osso é um tecido que vive em equilíbrio dinâmico. Há uma constante reabsorção de "osso velho" e produção de "osso novo".
Alguns fatores podem romper esse equilíbrio e fazer com que o osso produzido não consiga repor a massa óssea perdida.
João Francisco Marques Neto, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, diz que a queda dos níveis do hormônio feminino estrógeno, que acontece na menopausa pela "falência" dos ovários, é um desses fatores.
Segundo Marques Neto, o estrógeno atua como protetor contra o processo de reabsorção dos ossos. Quando sua produção cai, a mulher perde essa proteção e fica mais suscetível à osteoporose.
A menopausa acontece, em geral, aos 45 anos. A mulher passa 10 ou 15 anos perdendo tecido ósseo sem sentir nenhuma alteração. Por volta dos 60, passa a ter dores e ficar mais exposta às fraturas.
Marques Neto diz que, na faixa dos 65 anos, existem seis mulheres com osteoporose para apenas um homem com a doença. Após os 75, essa diferença cai para três mulheres para um homem.
A principal causa da osteoporose nos homens é o envelhecimento. O IBGE projeta que, na virada do século, o Brasil deva ter mais de 21 milhões de habitantes com mais de 65 anos. Os especialistas acreditam que cerca de 20% dessa população vão enfrentar a doença.
As alterações que predispõem os idosos à osteoporose são diminuição da massa muscular, vida mais sedentária e mudanças nas funções da glândula paratireóide.
A paratireóide está localizada ao lado da glândula tireóide, na região do pescoço. Ela produz o hormônio PTH, outro regulador da reabsorção e produção do osso.
Consumir álcool diariamente, fumar mais que dez cigarros por dia, possuir familiares com osteoporose e ter baixo peso ou pequena estatura são outros fatores de risco para a doença.
O tratamento procura controlar e repor a perda óssea. A primeira tentativa é uma modificação nos hábitos de vida. Dieta rica em cálcio, prática de exercícios físicos e interrupção do consumo de álcool e cigarro são os principais pontos.
Alguns médicos defendem a reposição hormonal com estrógeno para as mulheres na menopausa. O hormônio, além de proteger contra a osteoporose, diminui as chances de infarto. A reposição de cálcio e vitamina D também é importante.

Texto Anterior: Saem junto para comparar roupa
Próximo Texto: Professora sofreu fratura no pé, tornozelo e mãos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.