São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995
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Direito a crédito exige paciência e disciplina

A Caixa Econômica Federal lançou na semana passada sua caderneta de poupança vinculada, batizada de Poupança Azul Imobiliária.
Na realidade, está relançando. A CEF já operou esse tipo de produto no final da década de 80.
A crise financeira do SFH, centrado na própria Caixa, obrigou a instituição a fechar a caderneta vinculada, mas chegou a financiar imóveis dessa forma.
Para ter direito a um financiamento habitacional, o candidato a mutuário precisará fazer depósitos mensais na poupança por no mínimo 36 meses (três anos), acumulando 50% do valor do imóvel.
Se conseguir poupar por esse período, o que exige paciência e disciplina, receberá uma carta de crédito para procurar imóvel novo ou usado e financiar na própria CEF a diferença entre o que poupou e o que vai pagar.
Quanto maior o prazo da poupança, maiores serão o prazo do financiamento e o valor financiado, e menor será a taxa de juros, além da TR que reajustará as prestações.
Qualquer pessoa física pode ter acesso à poupança imobiliária, que vale tanto para a compra de casa própria quanto para construção, reforma e até imóvel comercial. Basta ter 21 anos ou estar emancipado quando sair o financiamento. Quem já tem casa própria também pode se habilitar.
Mas atenção: o contrato será feito fora das regras do SFH. A Caixa promete cobrar juros de 12% a 12,75%, abaixo dos de mercado, em torno de 18% nesta linha de crédito. O problema é que não haverá limite para o comprometimento da renda, como acontece quando o contrato é pelo SFH.
O outro programa aberto pela CEF na semana passada funciona pelas regras do SFH, com recursos do Fundo de Garantia, apenas para imóvel residencial novo ou usado. Contudo, só atende quem ganha até R$ 1.200 por mês e as disponibilidades de verbas são reduzidas frente à procura. No Estado de São Paulo, a previsão é de atender de 4.000 a 11,6 mil cadastrados.

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