São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995
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Tinetti faz recital em piano Steinway

WILLIAM LI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Concerto: Recital de piano de Gilberto Tinetti
Programa: "Sonata Pastoral", de Beethoven, e peças de Debussy e Chopin
Quando: hoje, às 16h
Onde: Fundação Maria Luísa e Oscar Americano (av. Morumbi, 3.700, tel. 011/842-0077)
Ingresso: R$ 3

Gilberto Tinetti, o pianista decano de São Paulo, irá inaugurar hoje o piano Steinway D Concert Grand adquirido pela Fundação Maria Luisa e Oscar Americano.
Tinetti já é bem conhecido do público paulistano. Além de suas atividades como concertista, camerista e recitalista, ele é também apresentador da Rádio Cultura e professor da USP, além de apresentar-se ocasionalmente no exterior. Neste ano tocou nos Estados Unidos e foi elogiado em crítica publicada no diário "The Washington Post".
O recital de inauguração do novo piano será às 16h e Tinetti escolheu peças-chave para explorar o instrumento. O programa começa com a "Sonata Pastoral" de Beethoven, seguida de peças de Debussy e Chopin.
O melhor técnico da Steinway, Glenn Easley, esteve por uma semana no Brasil fazendo a manutenção dos pianos Steinways e em entrevista à Folha falou sobre engenharia pianística e acústica. Não existe este tipo de curso no Brasil.
Easley, que é inglês, estudou na Politécnica de Londres durante quatro anos antes de trabalhar na Steinway. Existem duas fábricas da Steinway, uma em Nova York e outra em Hamburgo, e há pequenas diferenças entre os pianos produzidos por elas. Os Steinways americanos têm a borda do teclado retos e os alemães, arredondados.
O curso na Politécnica inclui em seu currículo acústica, afinação em todos os sistemas, engenharia pianística, marcenaria, cálculo etc. "Eu não encaro o piano como músico, mas como engenheiro". diz.
Para Easley, cada piano tem uma personalidade própria, e nem todo piano é adequado a todo tipo de música. No Barbican de Londres, por exemplo, existem seis Steinways: um para tocar Mozart e Haydn, outro para Beethoven e Schubert, outro para Rachmaninoff etc.
Easley ficou preocupado com a conservação dos Steinways que estão no Brasil -14 deles adquiridos recentemente. As variações de umidade e temperatura afetam muito o instrumento. Na Suíça eles são conservados em caixas com temperatura e grau de umidade ideais.
Sua maior preocupação é com a conservação dos Steinways recém-adquiridos no Rio e em Fortaleza. Um Steinway D Concert Grand custa algo em torno de US$ 70 mil, e se não for bem conservado deteriora-se rapidamente.

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