São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995
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Comitê do Nobel é acusado de corrupção

Prêmio para italiana custou US$ 8,8 milhões, diz jornal

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Acusações de corrupção podem abalar a entrega do Prêmio Nobel pelo Instituto Karolinska da Suécia no próximo mês.
Segundo divulgou o jornal Dagens Nyheter, da Suécia, o comitê composto por cientistas daquele país "cedeu" o prêmio de Medicina de 1986 em troca de dinheiro, o que poderia comprometer a credibilidade da instituição.
A indústria farmacêutica italiana Fidia (que não existe mais) teria oferecido dinheiro a membros do comitê julgador do prêmio de Fisiologia e Medicina, que conferiram o prêmio de 1986 à italiana Rita Levi Montalcini.
Além de a pesquisadora italiana ter trabalhado na época para a empresa, também desenvolveu a pesquisa que a levou a ser premiada em instalações da Fidia.
O Comitê de Fisiologia e Medicina do Nobel tem tentado lutar contra as acusações. Na última sexta-feira, publicou um artigo no Dagens Nyheter, jornal já havia publicado uma série de artigos sobre acusações ao Comitê.
"O Dagens Nyheter está completamente errado", escreveu o presidente e secretário do comitê.
Mas o jornal continuou com o ataque, publicando anteontem uma cópia da carta de outro cientista sueco, David Ottoson, secretário geral da Organização Internacional para a Pesquisa do Cérebro e ex-presidente do Comitê de Medicina do Nobel.
Na carta, Ottoson concorda em ajudar a indicar o nome de outro pesquisador italiano para o prêmio através dos canais apropriados.
Segundo o jornal, Duilio Poggiolini, ex-autoridade italiana para a área de remédios afirmou: "O Nobel custou à companhia Fidia US$ 8,8 milhões."
O Comitê do Nobel acusou Poggiolini anteontem no jornal, dizendo que ele aceita suborno das companhias italianas de medicamentos para aprová-los.

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