São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995
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Telefônica de Londrina quer disputar celular

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com média de telefones por habitantes três vezes maior do que a do Sistema Telebrás, a pequena Sercomtel -telefônica municipal de Londrina, no Paraná- está se preparando para disputar as futuras concorrências de telefonia celular, em sociedade com empresas privadas.
Londrina tem 430 mil habitantes e 110 mil telefones, o que dá a proporção de 26 aparelhos para cem moradores -a média nacional é de oito por cem.
A empresa está com um plano de expansão para mais 30 mil telefones e até dezembro sua média chegará a 34 por cem e vai se equiparar à de alguns países do Primeiro Mundo, como Irlanda, Coréia e Espanha.
A Sercomtel é uma das quatro companhias telefônicas existentes no Brasil que não foram absorvidas pela Telebrás durante o processo de estatização ocorrido nas décadas de 70 e 80.
As outras três são a CRT (controlada pelo Estado do Rio Grande do Sul), a Ceterp (da Prefeitura de Ribeirão Preto, SP) e a empresa privada CTBC, que atende o Triângulo Mineiro, parte do norte de São Paulo e do sul de Goiás e do Mato Grosso do Sul.
Assad Jannani, vice-prefeito de Londrina e presidente da Sercomtel, disse à Folha que o capital da empresa será aberto para o lançamento de ações ao público.
Com o dinheiro da venda a empresa pretende participar dos leilões de privatização das telefônicas estatais e entrar nas concorrências para o serviço celular privado.
"Temos receita operacional de R$ 6,5 milhões por mês, dominamos a tecnologia dos serviços de telecomunicações e não temos nenhuma dívida", diz Jannani.
Ele afirmou que a Sercomtel já está em negociação com o grupo Inepar, do Paraná, para formar um consórcio e disputar as concorrências de celular.
O grupo Inepar é fabricante de equipamentos de transmissão de energia elétrica e está no mercado de telecomunicações como operador de TV a cabo no Paraná e em Santa Catarina.
Jannani diz que há dois anos e meio a Sercomtel vem se preparando para o fim do monopólio das telecomunicações. Embora não faça parte do Sistema Telebrás, a empresa se beneficiou do monopólio, pois não tem concorrentes em sua área de concessão.

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