São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995
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Campanha ajuda a conscientizar alunos

DA REPORTAGEM LOCAL

Betinho pode começar a comemorar. Uma semana depois de pedir no Folhateen a participação dos jovens na "Campanha Contra a Fome", o sociólogo começa a receber apoio de escolas.
No colégio Santo Estevam, por exemplo, alunos e professores estão discutindo a "realidade social brasileira", para dar sugestões à nova fase da campanha.
Segundo a diretora Maria de Lurdes Azevedo Barros, a iniciativa de Betinho -coleta e distribuição de alimentos a pessoas carentes- é uma atividade conhecida dos estudantes do Santo Estevam.
Há 15 anos, o colégio arrecada alimentos e os distribui em um orfanato. Os alunos ainda fazem trabalhos com o tema cidadania.
"Depois da briga entre torcedores no Pacaembu, por exemplo, os alunos começaram a debater a violência", diz a professora Marina Sólia Faro.
Segundo ela, as atividades envolvem também alunos do primário. "Fazemos com eles um acompanhamento dos fatos da semana. Com base no que perceberam, eles desenham o que acham que vai estar na capa das revistas."
O Pueri Domus também realiza uma coleta de alimentos, que beneficia favelados. No Pueri Domus, a cidadania é discutida em duas disciplinas: Ética e Cidadania e Política Contemporânea.
"Os alunos se interessam porque falam de fatos que estão vivenciando e de suas próprias experiências", diz o professor Luís Antônio Vital.
O colégio Logos foi outro que atendeu ao chamado de Betinho. Segundo a diretora do ginásio, Anny de Paula Medeiros, a escola está se mobilizando.
A escola, que funciona como posto de arrecadação de alimentos para a campanha, vem promovendo eventos para doar livros e brinquedos usados a menores carentes.
Já o colégio Equipe, embora não planeje participar diretamente da "Campanha Contra a Fome", desenvolve um programa para instruir alunos do primário sobre desigualdades sociais.
"Eles mantêm contato com crianças que moravam na rua, indo a orfanatos ou recebendo menores carentes na escola. Depois, usam nas aulas o que aprenderam nesse programa", diz a professora Beatriz Blandy.

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