São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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Assembléia aprova as contas de Brizola

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

Por apenas um voto de diferença (35 a 34), a Assembléia Legislativa do Rio aprovou ontem as contas de 1994 dos ex-governadores Leonel Brizola e Nilo Batista, ambos do PDT. Todos os 70 deputados compareceram à votação.
O resultado representou uma derrota para o governador Marcello Alencar (PSDB), que havia se empenhado na rejeição das contas de Brizola.
Os 16 deputados do PSDB na Assembléia Legislativa fecharam questão pela rejeição das contas, atendendo uma orientação do filho do governador, o deputado tucano Marco Antonio Alencar.
Com 35 votos a favor, 34 contra e 1 em branco (do PT), o plenário aprovou, às 19h, o substitutivo do líder do PDT, deputado Carlos Correia, modificando o parecer da Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação.
A comissão, presidida pelo PSDB, havia rejeitado as contas, contrariando o parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que havia aprovado a prestação de 1994 com poucas ressalvas.
Após a vitória do PDT, uma reunião de líderes dos partidos na Assembléia considerou o resultado definitivo, dispensando a votação das contas propriamente ditas, prevista para acontecer em seguida.
Marco Antonio Alencar (PSDB), filho do governador, disse que seu partido abriu mão da segunda votação para "dar uma mostra de superioridade e de que não havia perseguição política".
Segundo o deputado, "o governo do Rio e o PSDB não se sentem derrotados". O presidente da Assembléia, Sérgio Cabral Filho (PSDB), foi vaiado ao mostrar o voto para as câmeras.
Divisão do PT
O líder do PT, Carlos Minc, votou em branco. As surpresas da sessão foram os votos do petista Neirobis Nagae e do peemedebista Eraldo Macedo (irmão do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus), ambos pela aprovação das contas.
A votação, que começou às 16h30, ocorreu em clima acirrado entre os brizolistas e os marcellistas (seguidores do governador Marcello Alencar, PSDB), com 800 pessoas lotando as galerias. A maioria era de pedetistas e de líderes estudantis.
Três dos cinco deputados estaduais do PT (Heloneida Studart, Tânia Rodrigues e Marcelo Dias) votaram contra o substitutivo do líder pedetista, recebendo vaias das galerias.
"O PT do Rio é uma bosta. É a esquerda que a direita gosta", gritaram os brizolistas, após o discurso do líder do PT.
No entanto, quando o deputado Neirobis Nagae anunciou seu voto a favor de Brizola, conforme determinou o Diretório Nacional do PT, os brizolistas gritaram: "Brizola e Lula, a luta continua".

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