São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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França quer adiamento de acordo que derruba controle de fronteira

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

A França não permitirá que cidadãos de seis países da União Européia passem livremente por suas fronteiras, o que deveria acontecer a partir de janeiro de 1996.
O presidente francês, Jacques Chirac, disse ontem num posto policial perto da Bélgica que "a liberação de fronteiras será adiada indefinidamente enquanto os demais países do acordo de Schengen não revisarem sua política em relação ao uso de drogas".
Chirac vai pedir aos países signatários do acordo que adiem sua entrada em vigor, o que já aconteceu quatro vezes desde 1993.
Segundo o presidente francês, sua decisão se deve aos "imperativos da política de combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas".
O acordo de Schengen, que começou a ser firmado em 1985, prevê que franceses, alemães, belgas, luxemburgueses, holandeses, italianos, portugueses e espanhóis circulem entre seus países sem necessidade de serem controlados nas fronteiras.
A escolha do local do anúncio, a fronteira belga, tem valor simbólico. Perto de Lille, onde Chirac falou, passa a chamada "estrada da droga", isto é, a rodovia que liga a Holanda à França.
Os holandeses e, em menor medida, os espanhóis são criticados pelos franceses por sua política liberal sobre drogas. A Holanda é o centro europeu do tráfico.
Os franceses também consideram que o acordo de Schengen facilitaria a imigração clandestina e atrairia um fluxo muito grande de imigrantes legais.

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