São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo reduz juros para sem-terra já assentado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu ontem conceder uma redução de 50% nos empréstimos feitos a trabalhadores rurais assentados pelo Procer (Programa Especial de Crédito para Reforma Agrária). O desconto vale para os empréstimos feitos desde o último dia 4 de agosto.
Se a pessoa fez um empréstimo de R$ 10 mil, terá de pagar somente R$ 5 mil mais juros de 4% ao ano e correção pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Antes, o desconto de 50% era sobre a correção monetária.
Quem fez empréstimo antes de agosto deve renová-lo para que possa se beneficiar das novas regras. A mudança foi feita por voto assinado pelo ministro interino da Fazenda, Pedro Parente, e vai ser submetida no fim do mês aos membros do CMN (Conselho Monetário Nacional) apenas para sua ratificação.
O voto prevê ainda que serão destinados mais R$ 130 milhões para o Procer: R$ 105 milhões virão do OGU (Orçamento Geral da União) deste ano e os outros R$ 25 milhões estão na proposta orçamentária de 1996 e serão liberados em janeiro próximo.
Outro voto assinado por Parente prevê que 50% dos recursos de R$ 1,5 bilhão que os bancos devem destinar a empréstimos agrícolas serão usados em operações de crédito de até R$ 30 mil.
O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Dias, disse que parte destes 50% poderão ser usados em empréstimos para aumentar o capital das cooperativas agrícolas.
Outros 20% dos R$ 750 milhões serão usados no programa de agricultura familiar. Isso corresponde a R$ 150 milhões. Assim, o programa terá recursos de R$ 350 milhões -outros R$ 200 milhões virão do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Ontem, o presidente interino, Marco Maciel, disse, logo após assinar quatro decretos de desapropriação de terras no Ceará para reforma agrária, que o governo "está fazendo o que a disponibilidade permite" para assentar trabalhadores rurais sem terra.
Maciel lembrou as iniciativas do governo na área: "Só neste ano, o governo desapropriou entre 1 milhão e 1,2 milhão de hectares, em oito meses. Veja que não é uma coisa desprezível. Só em agosto, assentou 9.000 famílias. É quase um recorde", disse o presidente interino.

Texto Anterior: Médico dá 9,8 para recuperação de Motta
Próximo Texto: Tribunal suspende ordem de despejo em Minas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.