São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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PT e PDT fazem planos após ação 'salva-Brizola'

Partidos discutem coligações em eleições municipais

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

PT e PDT iniciam a partir de agora uma nova fase de entendimentos. Acordos entre os dois partidos devem incluir eleições municipais do próximo ano, entre elas a Prefeitura do Rio.
A aliança PT e PDT se fortaleceu a partir da vitória anteontem de Leonel Brizola na Assembléia Legislativa do Rio -as contas do ex-governador foram aprovadas, evitando sua inelegibilidade.
Três dos cinco deputados estaduais do PT votaram favoravelmente à cassação de Brizola. Mas ele gostou do comportamento da direção petista.
Líderes do PT, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu, o presidente, pressionaram os petistas do Rio a votar em favor de Brizola.
Tão logo acordou ontem pela manhã, Brizola telefonou para Lula e Dirceu. Agradeceu pelo apoio e marcou novas conversas com os petistas.
"Essa aproximação com o PDT não é só com vistas à eleição de 96", diz Dirceu. Segundo ele, os dois partidos vão estabelecer uma ampla pauta para atuação conjunta no Congresso.
Antes disso, o PT vai decidir o que fazer com os parlamentares que desrespeitaram a orientação do partido de votar a favor de Brizola. Dirceu acha que o voto deles foi um "suicídio", mas não sabe ainda se haverá punição.
Segundo ele, a decisão de punir ou não os dissidentes vai depender do comportamento dos parlamentares.
O ex-secretário-geral Gilberto Carvalho acha que haverá no mínimo advertência aos dissidentes. "Não se pode permitir que uma decisão do Diretório Nacional do partido seja afrontada de forma tão acintosa", afirma.
O PT também terá de resolver a crise com a chamada esquerda do partido. Minoritária na convenção, ela não aceitou os cargos oferecidos na executiva petista.
Líder do grupo, o deputado Arlindo Chinaglia (SP) diz que o bloco não abre mão da secretaria-geral. O cargo foi entregue a Cândido Vacareza, ligado ao ex-presidente Ruy Falcão.

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