São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Estado quer 4.000 postos para fiscalizar carro poluidor

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado de São Paulo quer implantar 4.000 postos para emissão dos certificados ambientais. A partir do ano que vem, os certificados serão obrigatórios para o licenciamento nas cidades da região metropolitana de São Paulo dos veículos fabricados a partir de 1989.
Hoje, de acordo com convênio assinado entre os governos estadual e municipal, a responsabilidade é da prefeitura, que disse que vai entrar na Justiça contra a implementação do sistema pelo Estado (leia texto ao lado).
Ontem, o secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, apresentou na Cetesb (agência ambiental do Estado) o equipamento que pode fiscalizar os veículos e emitir os certificados.
O Polutran, como foi batizado o equipamento, vai ser analisado durante 45 dias por uma comissão formada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e técnicos de organizações não-governamentais.
Se aprovado, o sistema de medição será homologado pelo Estado, que fará também o papel de fiscalizador das empresas que explorarem o negócio.
Depois da fase de estudos, devem ser instalados 4.000 equipamentos de medição.
O Polutran -que tem tecnologia alemã, é fabricado nos Estados Unidos e custa US$ 40 mil- está sendo oferecido ao governo do Estado pelo Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo) a custo zero.
Segundo explica Joseph Couri, presidente do Simpi, o sindicato cadastraria os empresários interessados em explorar o negócio, repassaria a eles o equipamento e não cobraria do Estado a emissão dos certificados ambientais.
Seria cobrada taxa apenas do proprietário do veículo que passar pela vistoria. O valor ainda não foi estipulado e será discutido na comissão. Mas segundo Fábio Feldmann, o taxa deve ficar em torno de R$ 8,00.
A implantação do sistema Polutran de medição de poluentes vai significar, de acordo com o presidente do Simpi, a criação de 8.000 empregos diretos em 12 meses.
Isso porque para operar cada equipamento serão necessários dois funcionários (cada um em jornada de oito horas). A medição será feita durante 16 horas por dia.
"Queremos oferecer um serviço ambiental rápido e mais barato para os usuários. Se os dois sistemas, o nosso e o da prefeitura, forem eficazes, o usuário poderá escolher", disse Feldmann.
Atualmente, 90% da poluição do ar da cidade de São Paulo é resultado das emissões de gases dos veículos da frota circulante, estimada em 2,7 milhões de unidades.

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