São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Governo confirma queda de emprego

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de trabalhadores com carteira assinada caiu em julho. Foram fechadas 70.934 vagas no mercado formal de trabalho. É a primeira vez que os números do governo admitem aumento do desemprego.
O índice de julho representa queda de 0,29% em relação ao mês anterior. No ano, este foi o primeiro resultado negativo.
Os números foram anunciados ontem pelo secretário de Políticas de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Daniel Oliveira.
Ele disse que o desempenho negativo da indústria de transformação puxou o índice para baixo.
Em julho, somente esse setor registrou o fechamento de 52.312 vagas. O maior peso foi da indústria têxtil e vestuário, metalúrgica e da borracha.
Segundo Oliveira, no primeiro semestre foi registrado um grande aquecimento da economia por causa da queda da inflação, o que levou a um aumento de estoques.
Com as restrições ao crédito, as indústrias não conseguiram vender toda a produção.
"Este resultado é natural porque houve um crescimento exagerado da economia que colocava em risco a estabilização dos preços. Não configura uma crise", afirmou.
A maior retração de oferta de emprego foi na região Sul, que eliminou 32.869 vagas. A perda de competitividade da indústria calçadista com os produtos da China e da Coréia foi o principal fator para o aumento do desemprego na região.
Em São Paulo, foram fechados 27.512 postos de trabalho. Minas Gerais foi o único Estado com saldo positivo. Registrou 4.455 novas vagas.
Oliveira disse que a tendência de reversão deste quadro a partir de setembro. A expectativa é que haja aumento do nível de emprego por causa do Dia das Crianças e do Natal.
O saldo do número de vagas de trabalho no ano ainda é positivo, com o acréscimo de 151.977 empregos com carteira assinada.

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