São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995 |
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Camões anuncia 500 anos do descobrimento
FERNANDA SCALZO
Em São Paulo, uma mostra foi inaugurada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP na última segunda-feira e outra será aberta no Museu da Casa Brasileira (av. Brigadeiro Faria Lima, 774, Jardins, zona sul), na próxima terça-feira. A exposição é uma iniciativa da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, de Portugal, que pretende realizar eventos em todos os meses de setembro até o ano 2000, quando se comemoram os 500 anos da viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. A comissão portuguesa editou 5.000 exposições sobre Camões. Só para o Brasil, vieram 1.500, distribuídas por todos os Estados. As outras serão expostas nos países de língua portuguesa na África e em todo o território português. A comissão também deu aos 27 Estados brasileiros uma "Biblioteca dos Descobrimentos", que consiste em 200 volumes sobre a expansão e a cultura portuguesa. Neste mês de setembro, foram distribuídas 16 toneladas de material em todo o país. Além da exposição e da biblioteca, a comissão está trazendo especialistas portugueses na obra de Camões para fazerem palestras e debates com brasileiros. Amanhã, começa o ciclo Camões na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, com palestras de especialistas portugueses como Eduardo Lourenço (da Universidade de Nice, na França) e Óscar Lopes (da Universidade do Porto), entre outros. "Camões é um pretexto que vale por si próprio, mas vale também como símbolo da aproximação que queremos promover entre Brasil e Portugal", diz Francisco Faria Paulino, 50, comissário-geral adjunto da comissão portuguesa. "Tirando as telenovelas e o futebol, não sabemos nada sobre o Brasil. Há preconceitos a destruir e idéias feitas que têm que ser refeitas", diz Paulino. Ele vê na realização destas exposições um "ensaio geral" para as grandes comemorações previstas para o ano 2000. As exposições se realizam em colaboração com as secretarias estaduais de Cultura. A exposição editada em forma de painéis, em 5.000 cópias, é uma maneira de "pulverizar a informação e fazê-la chegar a todos", diz Paulino. "Queremos atuar de modo descentralizado em todo o Brasil, trabalhar com a realidade do país todo. É uma maneira de fazer chegar a todos, já que não podemos fazer uma telenovela sobre Camões. Acreditamos que é mais efetivo fazer coisas pequenas que cheguem perto das pessoas." Para setembro de 1996, a comissão está programando exposições sobre o contato entre Portugal e o Brasil. Em setembro de 1997, o Padre Antonio Vieira será o tema das comemorações. "Queremos encontrar interlocutores em todo o Brasil, com quem iremos trabalhar", diz Paulino, que participou nesta semana de uma reunião em Brasília para acertar as diretrizes para as comemorações do descobrimento do Brasil. Texto Anterior: Caridade é dever do homem Próximo Texto: 'Programa Silvio Santos' põe circo no ar Índice |
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