São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995
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Nomeações para oito teles são suspensas

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA</FD:TEXTO><UN>

O afastamento de Sérgio Motta do Ministério das Comunicações já teve seu primeiro efeito prático. Foram adiadas as assembléias de oito companhias telefônicas estaduais para escolha dos novos presidentes e diretores.
Motta sofreu um infarto na segunda-feira e só deve retornar ao trabalho em 30 dias. Ontem o ministro interino, Fernando Xavier, disse que as posses das diretorias das oito teles estão “suspensas até segunda ordem”.
Estavam marcadas para a próxima semana assembléias da Telepará (PA), Telma (MA), Teleamapá (AP), Teleron (RO), Telepisa (PI), Telasa (AL), Telemat (MT) e Teleacre (AC).
Segundo Xavier, Motta determinou que não haja atraso nas questões de ordem técnica do ministério, como a elaboração da regulamentação para abertura das telecomunicações ao setor privado.
“Mas as questões de ordem política, que eram conduzidas pelo ministro, entrarão em compasso de espera”, afirmou Xavier. Os partidos aliados do governo disputam a nomeação das novas diretorias das teles nos Estados.
No Maranhão, existe uma disputa interna do PFL. A governadora Roseana Sarney (PFL) quer manter Jorge Cartele na presidência da Telma. O deputado César Bandeira (PFL) indicou seu irmão Antônio Bandeira para o posto.
No Pará, a disputa acontece entre o PFL e o senador Jáder Barbalho (PMDB). Os pefelistas pretendem emplacar Amauri Almeida como presidente na Telepará. Barbalho quer nomear Ambire Gluck Paul, ex-presidente da Celpa (Centrais Elétricas do Pará).
A decisão de adiar a nomeação das diretorias surpreendeu aliados do governo. O deputado Heráclito Fortes (PFL-PI) afirmou à Folha que desconhecia a determinação.
“No Piauí não há disputa, e a recomendação é tocar o barco”, disse Fortes. Segundo ele, já há consenso na indicação do ex-deputado Jesus Tajra (PFL) para a presidência da Telepisa.
O ministro interino disse, no entanto, que a assembléia no Estado, que estava marcada para o dia 27, foi adiada. “Não há exceções”.
Outubro
Segundo ele, o cronograma “técnico” permanecerá inalterado. Xavier irá ao Congresso na quarta-feira entregar aos parlamentares as linhas gerais para a reforma estrutural das telecomunicações.
Em outubro, o ministério enviará a proposta de lei geral para reformulação do Código Brasileiro de Telecomunicações. Ele adiantou que se estuda a adoção de restrições à participação de capital externo no setor.
“Devemos ter alguma regra para dar espaço às empresas brasileiras, mas quero deixar claro que não impediremos a entrada do capital externo”, disse Xavier.
Segundo ele, uma das propostas em estudo é a vigente nos Estados Unidos, onde o capital estrangeiro pode ser responsável por, no máximo, 25% do capital total da empresa de telecomunicações.

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