São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995
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Interventor do Banerj pede demissão por divergências

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central substituiu ontem o presidente da junta de interventores no Banerj, Eduardo Gomes, que pediu demissão após desgaste com o governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB).
Ainda ontem, os interventores nomearam como novo presidente interino Ivo Jorge Costa Rodrigues, funcionário aposentado do BC que já fazia parte da junta.
Rodrigues deverá sair quando for iniciado o processo de privatização do banco, já acertado com Alencar.
Embora favorável à venda do Banerj, o governador fez críticas, recentemente, à atuação do BC na administração do banco.
Segundo Alencar, o BC não tem vocação para sanear instituições em crise financeira.
A saída de Gomes, segundo a Folha apurou, não muda as diretrizes da privatização do Banerj -que a equipe econômica tem utilizado como um exemplo a ser seguido pelo governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), opositor da idéia de vender o Banespa.
Edital a ser publicado vai selecionar uma empresa para fazer o saneamento do Banerj. O processo deve durar um ano e, uma vez saneado, o banco será vendido.
Os dois maiores bancos estaduais do país estão sob regime de administração especial pelo BC desde dezembro passado, antes da posse dos atuais governadores.
Covas e Alencar tiveram posturas diferentes quanto à intervenção do BC desde o princípio. Enquanto o governador fluminense incentivou a medida, o paulista vive até hoje um impasse com os economistas do governo acerca do futuro de seu banco.
As situações dos dois bancos também são muito diferentes. A dívida do governo do Rio junto ao Banerj soma R$ 500 milhões, e não chega a ser empecilho grave à venda do banco.
Já o Banespa tem créditos podres junto a seu Estado de R$ 13 bilhões -cerca de 80% de seu ativo. É impossível vender o banco enquanto não seja equacionada a dívida paulista.

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