São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995
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'Não tenho o que lamentar', diz governador

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), disse ontem que a saída de Eduardo Gomes Júnior da presidência do Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do Banerj deverá facilitar o processo de privatização do banco.
Ivo Jorge Costa Rodrigues, diretor jurídico, é, desde ontem, o presidente interino, acumulando as duas funções.
"Eu já conversei com o presidente do BC (Banco Central) e espero que venha a presidir o banco (Banerj) quem esteja engajado nessa proposta que já foi votada e aceita pelo BC no sentido de buscar uma maneira de sanear o banco", disse Alencar.
O governador disse que não comentaria a atuação de Gomes Júnior como interventor do Banerj porque ele "não prestou conta de coisa alguma" ao Estado.
"Não tenho o que lamentar, apenas respeitar a decisão, já que se trata de um cidadão sério", afirmou o governador.
Gomes Júnior já havia pedido demissão à diretoria do BC (Banco Central) havia cerca de duas semanas.
O pedido foi motivado pela decisão do BC de aceitar a proposta de terceirização da administração do Banerj, feita pelo Estado.
Segundo a Folha apurou, o conselho diretor do Banerj estava sentindo-se constrangido desde a aceitação pelo BC da proposta de terceirização, pois a administração temporária foi tachada de incompetente pelo governo do Estado.
Nem Gomes Júnior nem qualquer outro membro do conselho administrativo do banco participaram da assinatura do convênio entre o BC e o governo estadual que permitiu a terceirização.
No dia 4 de outubro, será publicado o edital para a concorrência para a administração terceirizada que preparará o Banerj para a privatização.
Antes de o banco ser terceirizado, será publicado o balanço do Banerj de 1994, que está em fase final de confecção pelo Raet, com a assessoria da Price-Waterhouse.
Provavelmente o balanço mostrará o banco com patrimônio negativo.
Eduardo Gomes Júnior e Marco Aurélio Alencar nunca conversaram sobre os problemas do banco. O relacionamento dos dois era igual a zero, segundo expressão de um auxiliar de Marco Aurélio.
Gomes Júnior já havia sido interventor do Banerj em 1986, depois do primeiro governo Brizola, quando Marco Aurélio Alencar foi presidente do banco.

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