São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995 |
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Hotel do litoral mantém preços de 94
ANTONIO ROCHA FILHO
Alguns donos de hotéis afirmam que a euforia do real acabou e temem que o movimento este ano seja menor. "Para compensar a falta de turistas, os comerciantes tentam com o preço atrair mais gente", diz Ricardo Casali, 60, presidente da Associação de Hotéis, Bares e Restaurantes de Ilhabela (228 km a leste de SP) e proprietário do Devisse Hotel. O Recanto das Toninhas, em Ubatuba (233 km a leste de SP), e o Carasol, em Caraguatatuba (190 km a leste de SP), por exemplo, mantiveram os mesmos preços médios -R$ 120 e R$ 50 a diária, respectivamente. Segundo Casali, após um momento inicial de euforia com o Plano Real (julho de 94), as pessoas perceberam que "o dinheiro estava curto". Para ele, quem mais sofreu os efeitos da recessão foi justamente o turista que frequenta o litoral norte do Estado. "É o pessoal de São Paulo com um padrão de vida mais elevado, que vem para a região aproveitar feriados e fins-de-semana. Com a explosão nos preços dos condomínios, das mensalidades escolares, dos planos de saúde e dos seguros de carro, por exemplo, essas pessoas acabaram tirando o lazer e o turismo de suas despesas", diz. Segundo Casali, o feriado de 7 de Setembro, que lotou praias de todo o litoral paulista, foi atípico. A combinação de um feriado prolongado com tempo ensolarado, logo após a época de pagamento de salários nas empresas e depois de um período de feriados com pouco movimento nas praias, pode explicar o grande movimento no 7 de Setembro, diz Casali. "O pessoal quis tirar o atraso." Na avaliação do hoteleiro, dificilmente os próximos feriados -nos dias 12 de outubro e 2 e 15 de novembro- repetirão o grande movimento da Semana da Pátria. A opinião é compartilhada por Claudino Velloso Borges Neto, 40, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Ubatuba. Para ele, como o feriado da Semana da Pátria foi atípico em relação aos anos anteriores, se o movimento se repetir nos próximos feriados já será um bom resultado. "No 7 de Setembro, as cidades ficaram lotadas. Não havia lugar em hotéis, pousadas ou casas para alugar. Não há infra-estrutura na região para receber mais gente." Enquanto Casali espera um baixo movimento nos próximos meses, Borges é mais otimista. "Após o pessimismo provocado pelas dívidas contraídas no início do real e as restrições ao crédito, o consumidor reaprendeu a avaliar o valor das coisas. Até o final do ano, a tendência é que o movimento se recupere lentamente." Texto Anterior: Trem mata rapaz na Estação do Itaim; Cinco tentam roubar Banespa no Brooklin; USP debate projeto de lei para educação Próximo Texto: Ainda há vaga para feriado Índice |
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