São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995
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Prefeito de SP concentra obras em áreas nobres

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre janeiro de 1993 e agosto de 1995, o prefeito Paulo Maluf (PPB) investiu R$ 1,1 bilhão em obras viárias em São Paulo.
Apenas cinco obras -todas em áreas nobres da cidade- consumiram 53,12% desses recursos.
No mesmo período, Maluf gastou R$ 181 milhões em habitação -incluindo aí o Projeto Cingapura (construção de prédios em áreas ocupadas por favelas).
Isso representa 30,16% do que já foi gasto nos túneis sob o Pinheiros e o Ibirapuera, no boulevard Juscelino Kubitschek e na canalização do córrego Água Espraiada, que terá uma avenida.
O vereador Odilon Guedes (PT), membro da Comissão de Orçamento da Câmara Municipal, criticou o volume de recursos gasto em obras e a priorização do Ibirapuera, Brooklin (zona sul) e Itaim (zona oeste) para receber os investimentos da prefeitura.
"Não sou contra grandes obras. O problema é o tipo de obra que se faz", disse o parlamentar.
Ele sugeriu que a prefeitura, em vez de investir em obras viárias, fizesse uma parceria com o Estado para ampliar o metrô. Guedes disse que o dinheiro gasto nas obras dos bairros nobres seria suficiente para construir a linha 4 do metrô, que liga a avenida Paulista (região central) à Vila Sônia (zona oeste).
A prefeitura tem participação minoritária no Metrô. A Câmara Municipal autorizou o governo a vender suas ações, o que deve ocorrer no ano que vem.
Prefeitura
O secretário municipal das Finanças, Celso Pitta, disse que o vereador Odilon Guedes é um "engenheiro de obra feita".
Segundo o secretário, o PT teve quatro anos para colocar suas propostas de governo em prática, mas não fez nada. "Tanto é assim que perderam a eleição", afirmou.
Pitta disse que Guedes incluiu a canalização de córregos nos seus cálculos, o que elevou para R$ 1,1 bilhão o total gasto em obras viárias" -o que "não é correto".
Para o secretário das Finanças, o dilema "investir em obras viárias ou no metrô" não existe. "Tem que fazer as duas coisas", disse Celso Pitta.

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