São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995 |
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'Pior' dos nazistas pode estar no Brasil
DENISE CRISPIM MARIN
Um informe de novembro de 1994 da Interpol (a polícia internacional) diz que Brunner "estaria no norte da Argentina". Camarasa, no entanto, acredita que ele viaje permanentemente entre Argentina, Brasil e Paraguai. O austríaco Brunner foi o executor direto da deportação de 128 mil judeus para campos de extermínio nazistas. Segundo relatos de Simon Wiesenthal, o célebre caçador de nazistas, "entre os criminosos do Terceiro Reich que ainda vivem, Brunner é, com certeza, o pior". Outros cinco criminosos nazistas viveram com certeza no Brasil. Os restos do médico Joseph Mengele foram encontrados em 1985 em um cemitério de Embu (SP). Conhecido como o "anjo da morte" do campo de concentração de Auschwitz (Polônia), ele teria vivido durante 17 anos no Brasil. Os outros quatro são os comandantes de campos de concentração Gustav Wagner, Franz Stangl e Herbert Cuckurs e o capitão da SS (as tropas de elite nazistas) Eduard Roschmann -responsáveis pela morte de mais de 100 mil judeus. Desse grupo, apenas Stangl foi extraditado para a Alemanha e julgado na década de 60. Camarasa conta que Stangl trabalhava na Volkswagen e caiu em uma armadilha da polícia. Pelo alto-falante da fábrica, avisaram que a filha do funcionário Franz Stangl estava hospitalizada. O nazista esqueceu que usava nome falso e foi preso no hospital. Segundo a sociológa e historiadora Beatriz Curevitch, 49, a impunidade dos nazistas no Brasil foi igual ou até maior do que a verificada na Argentina. "A opinião pública norte-americana é mais benevolente em relação ao Brasil do que em relação à Argentina em relação aos nazistas", afirma Beatriz. "Isso se deve ao fato de o Brasil ter declarado guerra à Alemanha." (Denise Chrispim Marin) Texto Anterior: Alemanha e Itália querem Priebke Próximo Texto: Cônsul violou regras para salvar vidas Índice |
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