São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995 |
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Testemunha conta ajuda de diplomata
CLAUDIO GARON
No Brasil desde 1947, deu entrevista à Folha na última quarta, antes de se encontrar pela primeira vez com Yukiko Sugihara. Folha - Como o sr. começou a ajudar o cônsul Sugihara? Jacob Sztejnhauer - Agentes do NKVD (serviço secreto soviético) chegaram numa reunião do meu sindicato e perguntaram se alguém sabia falar russo, polonês, alemão e lituano. Disseram-me que íamos ajudar os refugiados com vistos dados pelo cônsul. Folha - O que o sr. fazia? Sztejnhauer - Eu preenchia os papéis (autorizações de viagem). Com exceção de militares, policiais e chefes de partidos políticos. Folha - Quantas autorizações o sr. preencheu? Sztejnhauer - Eu trabalhei quase um mês, mas dia e noite. Imagine que eu casei no civil um pouco antes da guerra. Como os meus pais e os de minha mulher queriam um casamento religioso, nós combinamos com um rabino para nos casar às 20h, 21h. Eu só apareci à 1h da madrugada. Folha - Por que os soviéticos ajudaram os judeus? Sztejnhauer - Eles temiam que entre os refugiados houvesse espiões alemães. Texto Anterior: Cônsul violou regras para salvar vidas Índice |
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