São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995 |
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Bancos perdidos O sistema bancário brasileiro, como aliás sempre se soube, precisa aprender a viver sob inflação baixa. Isso parece hoje indiscutível. Muito discutível, entretanto, é a tese de que os abalos bancários recentes devam-se todos ao desafio da inflação bem mais baixa. Há casos, como o do Banespa, ligados à utilização política dos recursos. Outros bancos, em geral pequenos, fecharam de fato devido ao fim do ganho inflacionário. Entretanto, os depósitos se reposicionaram no interior do sistema, como resultado da desconfiança, desequilibrando instituições que podem por si continuar bem uma vez restaurada a confiança. Parece assim oportuna a iniciativa do BC de reduzir os custos do apoio aos bancos. É preciso fortalecer a idéia de que recorrer ao redesconto, por razões circunstanciais, não é crime. Os bancos, estrangeiros e nacionais, devem entretanto continuar submetidos a uma concorrência crescente. É sintomático que, no fragor da desconfiança, tantos investidores tenham buscado refúgio em bancos tradicionais ou em filiais de bancos internacionais. Afinal, não vale para os bancos, nacionais e estrangeiros, a mesma abertura que se aplica à indústria? Mas não se justifica o desvio de recursos públicos, indefinidamente, para bancos doentes sem que se ataquem seus males de modo incisivo e definitivo. Isso vale especialmente para o Banespa que, de adiamento em adiamento, dificulta a restauração da confiança. Próximo Texto: Macedo e a religião Índice |
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